Executivo abandona aposentadoria para tentar colocar Disney nos trilhos
Bob Iger reassume o comando da empresa dois anos depois de ter deixado o cargo

O americano Robert Iger, mais conhecido como Bob Iger, assumiu a Disney em um período complicado, quando as mudanças tecnológicas começaram a pautar o mercado e a ameaçar a posição de respeito conquistada pela companhia “onde os sonhos acontecem”. De 2005 a 2020, Iger transformou a Disney na companhia de mídia mais respeitada do planeta, um colosso que abarca ativos como Pixar, Marvel, Lucasfilm e Fox. Sob o seu comando, a empresa evoluiu seu valor de mercado em mais de cinco vezes. Mas, nesta segunda-feira, 21, Iger decidiu abandonar a sua aposentadoria com a não menos dura missão de recolocar “ordem na casa”.
A nomeação surpresa acontece em um momento delicado da Disney, que luta para transformar seu negócio de streaming em uma operação lucrativa. Sob o comando de Bob Chapek, sucessor de Iger, o prejuízo do conglomerado com as plataformas digitais foi de 1,5 bilhão de dólares no terceiro trimestre de 2022, cifra superior à estimativa de perdas por parte dos analistas. Nas últimas semanas, Chapek havia escrito uma carta em que citou a possibilidade de cortes em 2023 e de congelamento de novas contratações na companhia. “O conselho concluiu que, à medida que a Disney embarca em um período cada vez mais complexo de transformação da indústria, Bob Iger está em uma posição única para liderar a empresa nesse período crucial”, disse Susan Arnold, presidente do conselho da Disney, em comunicado. A volta de Iger soou, num primeiro momento, como música para os ouvidos dos investidores. Por volta das 13h, os papéis da empresa saltavam 7%.
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