De olho em falência, Leitura busca espaço para megaloja em São Paulo
Rede almeja nova livraria com mais de mil metros quadrados na maior cidade do Brasil; espaço da rival Cultura é cogitado
Líder de mercado, a Livraria Leitura está em busca de pontos para inaugurar uma megaloja na cidade de São Paulo. A empresa tem cerca de 30 unidades com pelo menos mil metros quadrados (a maioria em Minas Gerais). A ideia é abrir uma operação do tipo na maior metrópole do país até 2024 — e o Conjunto Nacional, casa da icônica unidade da Livraria Cultura, aparece no radar do dono da rede mineira, Marcus Teles. Ele refuta, no entanto, a tese de que esteja torcendo contra a recuperação da rival e de que estaria fazendo contatos com o proprietário do imóvel.
“A Leitura está planejando abrir uma mega até o ano que vem em São Paulo, com cerca de mil metros ou um pouco mais. Caso a Cultura saia e o dono do imóvel divida o ponto, eu acho que faria sentido. Mas não temos interesse em uma loja de 4 mil metros quadrados, como é hoje. Acho que não é viável. É linda, mas maior do que o mercado pode suportar”, afirma Teles. “A gente torce pela recuperação da Cultura, mas é difícil. Já são oito anos ou mais de prejuízo. De qualquer forma, nós não procuramos o dono do local. A Cultura ainda está operando e o processo de falência está suspenso.”
A Leitura, hoje com 99 unidades, pretende abrir sete lojas e fechar uma unidade este ano. A centésima operação está prevista para junho, no interior de São Paulo. Para 2024, Teles projeta, por ora, mais dez inaugurações. Segundo contas do Radar Econômico, a partir dos números da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), a Leitura deverá registrar um faturamento de aproximadamente 600 milhões de reais este ano — a projeção da empresa, contou Teles, é crescer sua receita em 18% em 2023. “Este ano, nós vamos vender cerca de 10 milhões de exemplares. E o livro é o nosso principal negócio, representando cerca de 60% do nosso faturamento”.
Além das lojas físicas, o empresário celebra o crescimento no comércio eletrônico, que já se tornou a “maior loja” da rede, colocando a marca em pé de igualdade com a Lojas Americanas na venda de livros, atrás apenas da Amazon. “A presença da loja virtual está chegando perto dos dois dígitos no nosso faturamento”, diz ele.
Siga o Radar Econômico no Twitter