Crise na Argentina afetará PIB brasileiro em 2024, diz Bráulio Borges
VEJA Mercado: pesquisador do FGV IBRE aponta que queda do poder de compra dos argentinos está reduzindo exportações brasileiras para o país
O PIB do Brasil em 2024 não deve surpreender positivamente, segundo análise de Bráulio Borges, economista da consultoria LCA e pesquisador do FGV IBRE. O especialista espera um crescimento entre 1,5% e 2% para o final deste ano, aquém dos 2,9% de 2022 e os 3% estimados para 2023. O valor está em linha com as projeções do mercado: segundo o último Boletim Focus, a mediana de projeções do PIB para 2024 é de 1,6%.
Bráulio explica que há dois fatores que prejudicam o desempenho este ano: o fim do “boom” dos preços das commodities, que encareceu os produtos agropecuários entre 2020 e 2023, e a deterioração do poder de compra da Argentina, maior compradora de produtos manufaturados brasileiros.
Sob a nova gestão de Javier Milei, o país sofre uma terapia de choque econômico, com corte de gastos e fim de subsídios públicos. O plano tenta interromper o avanço da inflação, que fechou 2023 em 211,4% – maior nível em 33 anos. “Na prática, a gente vai ter uma contração muito grande do mercado consumidor argentino”, diz Bráulio.
A repórter Camila Barros entrevista Bráulio Borges.
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