‘Comprados’ veem sinergia entre Magalu e Aliexpress, mas ceticismo segue
Detentores de ações da brasileira apontam que a parceria é positiva, mas não elimina desafios

Investidores que detém ações da Magazine Luiza acordaram hoje com uma grata surpresa: a parceria da empresa de varejo e e-commerce brasileira com o Aliexpress, plataforma de marketplace internacional da gigante chinesa Alibaba. As ações da companhia operam em forte alta na bolsa, de 9,60%, trazendo importante alívio a quem tem posição na empresa visando o longo prazo — apesar da alta de hoje, os papéis acumulam importante desvalorização de 38% no acumulado deste ano.
Segundo uma fonte em uma gestora focada em ações, a parceria entre Aliexpress e Magalu é boa “de qualquer maneira”, mesmo diante dos desafios com o juro em níveis mais altos no Brasil. “Esse estresse na curva de juros se refletiu em todas as empresas cíclicas domésticas”, afirma o profissional. “Mas, de um modo geral, achamos que os resultados devem seguir uma tendência de melhora, indo ao oposto do preço das ações.”
No entanto, essa não é visão unânime no mercado. Embora positiva para a empresa, a parceria, sozinha, não é capaz de convencer os mais céticos com o papel. Para um gestor de um grande fundo de ações, o ativo ainda é “tóxico”, em um setor em que há enormes desafios de sobrevivência — Americanas, Polishop e SouthRock são alguns dos exemplos de recuperação judicial que ilustram de forma triste o cenário atual no segmento. “O setor está com muita competição, além dos desafios com recuperações judiciais”, diz a fonte.