Como a desistência de Musk de comprar o Twitter abala as ações da Tesla
Com o fim do acordo de compra da rede social, a montadora deve estar mais sujeita a volatilidade do mercado

Uma das maiores novelas do ano para o mercado financeiro, a proposta de compra do Twitter por Elon Musk segue tumultuando investimentos na rede social e não foi capaz de contornar a baixa nas ações da Tesla. Apenas no pregão de hoje, que se seguiu ao fim do acordo, os papéis da plataforma derreteram 9%. Com os sucessivos recuos de Musk que culminaram no cancelamento do acordo, os papéis da rede já haviam caído 30% desde seu anúncio oficial de compra, em 25 de abril.
O desejo de Musk não abalou apenas o Twitter, uma vez que investidores da Tesla, principal empresa de Musk, demonstraram grandes inseguranças com a aventura para comprar a rede social. Temores de que a transação era uma distração para Musk em meio a um cenário econômico bastante desafiador contribuíram para isso. Os papéis da fabricante de carros elétricos caíram 35% durante o mês que seguiu o anúncio da compra do Twitter.
Quando a desistência foi anunciada, na sexta-feira, 8, as ações da Tesla tiveram alta, puxadas pelo alívio dos investidores de não precisar mais se preocupar tanto com os anseios de Musk. Apesar disso, hoje a depreciação voltou a bater a porta da Tesla, com uma queda de 4%. Porém, a mais recente baixa é diferente das que se deram nos últimos meses, segundo Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital, gestora especializada em tecnologia. Com o fim do acordo, o executivo afirma que a montadora deve estar mais sujeita à volatilidade do mercado e menos a volatilidade gerada pela personalidade excêntrica de Musk, que permanece.
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