Ativo ambiental do Brasil independe do fator Trump, diz diretor da Eurasia
Falta de liderança dos EUA faz diferença, mas não interrompe a transição verde, segundo Christopher Garman
Uma eventual vitória de Donald Trump nas eleições americanas deste ano traria prejuízos consideráveis para a relação bilateral entre Estados Unidos e Brasil — cada vez mais pautada pela agenda de transição ecológica — segundo Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da consultoria Eurasia. No entanto, Garman afirma que o choque não seria arrasador. “A vantagem competitiva do Brasil nesse quesito permanece e a transição ocorrerá mesmo se a Casa Branca não colaborar totalmente”, diz em entrevista ao Radar Econômico.
Do ponto de vista macroeconômico, um eventual regresso de Trump teria repercussões globais, com mais protecionismo nas relações comerciais, como lembra o executivo da Eurasia. Já do ponto de vista político, o diretor pontua que o impacto na realidade brasileira seria bastante limitado. “Uma vitória de Trump pode mobilizar a base bolsonarista, mas quem está na Casa Branca tem baixíssima influência sobre o eleitor brasileiro mediano, que faz a diferença em eleições presidenciais”, diz.