As estratégias opostas de Magalu e Casas Bahia para enfrentar prejuízos
VEJA Mercado: varejistas reportam números ruins aos investidores e caminham em direções contrárias para reverter a situação
A Magazine Luiza observou o seu prejuízo mais que dobrar no segundo trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2022. A varejista reportou um resultado negativo de 300 milhões no período. “Apesar de uma melhoria notável na margem bruta devido ao aumento da participação de serviços no mix, isso foi mais do que compensado pela transferência do impacto negativo do imposto Difal e alguma pressão de despesas com vendas, gerais e administrativas”, avaliam os analistas do Itaú BBA em relatório enviado a clientes.
A empresa aposta no ciclo de cortes nas taxas de juros para reverter a situação, tanto no aspecto de vendas quanto no de empréstimos tomados. A companhia também avalia que o ambiente de negócios no setor melhorou passados oito meses do rombo bilionário revelado pela Americanas. “As categorias de tickets mais caros têm mais correlação com a taxa Selic. Com a queda, elas devem avançar, mas é uma tendência gradual”, disse Frederico Trajano, CEO da Magazine Luiza em teleconferência de resultados com analistas do mercado financeiro.
Outro aspecto do plano de recuperação da varejista, e que difere da estratégia de sua principal concorrente, a Via, dona de marcas como Casas Bahia e Ponto, diz respeito ao possível fechamento de lojas físicas que são pouco rentáveis. O Radar Econômico informou que a Via deve fechar de 50 a 100 unidades ainda em 2023. Os executivos da Magazine Luiza não trabalham com essa possibilidade diante da perspectiva de cortes nas taxas de juros. “As principais que têm melhorias para oferecer são as novas, no entanto, não faz sentido fechar essas unidades em momentos de redução de juros”, disse Trajano. As ações de Via e Magalu caem 4% na tarde desta terça-feira, 15.
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