Apagão no Amapá pode causar reviravolta na Lei do Gás
Senadores acreditam que construção de usinas térmicas inflexíveis poderia evitar blecautes em estados vulneráveis
O apagão no estado do Amapá, que ainda não está normalizado, causou uma hecatombe no Senado Federal. Além de o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ser do estado atingido, o projeto que estabelece a nova lei do Gás virou alvo de ataque de senadores que discordam do texto atual. Eles acreditam que se o texto permitir a criação de usinas térmicas inflexíveis (que nunca são desligadas) no interior do país, este tipo de evento em estados vulneráveis do ponto de vista energético poderá ser evitado. Vale lembrar que o fato que desencadeou o apagão foi um incêndio em uma subestação de transmissão de energia, e não por falta de energia.
A despeito das tecnicidades do setor elétrico, os senadores encontraram a oportunidade que precisavam para tentar convencer Alcolumbre sobre a necessidade de mudança do texto. A versão favorita ainda é a que foi encaminhada pelo governo federal e aprovada na Câmara dos Deputados, que quebra o monopólio da Petrobras, permitindo a entrada de novos competidores com preço mais barato. Esses senadores desejam que o dispositivo que cria a figura das térmicas inflexíveis seja incluído. Isso poderia subsidiar a construção de uma malha de gasodutos pelo interior do país.