Adobe quer remunerar criadores por imagens geradas com IA, diz diretor
Softwares geram imagens originais, mas baseadas em produções de terceiros que, até o momento, seguem sem colher frutos

A geração de imagens através de inteligência artificial (IA) impõe um desafio no já complexo mundo dos direitos autorais. Por mais que as peças gráficas em questão sejam únicas e inéditas, os softwares as formulam com base em conteúdos preexistentes que, em geral, foram produzidos por humanos. Com isso em vista, a Adobe — que tem fotógrafos, designeres e diretores de arte como fatia importante de sua clientela — estuda maneiras de solucionar a questão em suas ferramentas de IA. “Os criadores dessas imagens originais, que são utilizadas pela IA, precisam ser recompensados por seu trabalho de alguma forma. É algo difícil de ser executado, mas estamos atentos à questão e temos um comitê interno avaliando alternativas”, diz Douglas Montalvão, diretor de Enterprise da Adobe para América Latina, em entrevista ao Radar Econômico.
O executivo reforça que, na visão da companhia, a inteligência artificial deve ser pensada como “copiloto do ser humano”, não algo que vá substituí-lo. “Vai amplificar nossas capacidades, nos dar superpoderes”, diz. Nesse sentido, afirma tratar-se da tecnologia com potencial mais disruptivo da atualidade. “É a tecnologia que vai gerar grandes transformações nos próximos anos, comparável à internet, ao smartphone e às redes sociais — que mudaram muito como as pessoas se relacionam”, diz. Dada a dimensão da mudança à vista, o executivo salienta que é preciso ter cuidado para que não sejam dados passos para trás com a IA, a exemplo da reprodução de falhas humanas, como vieses discriminatórios contra minorias sociais.
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