A resposta do Carrefour a (mais um) caso de racismo no mercado
Rede onde homem negro foi espancado em 2020 é acusada de novo caso de discriminação, agora em Alphaville
Com a mais recente acusação de racismo contra a rede de supermercados Carrefour, o histórico vexatório da companhia em relação ao problema voltou à tona. Desta vez, a vítima é Vinícius de Paula, marido da jogadora da seleção brasileira de vôlei Fabiana Claudino. Em uma rede social, Vinícius, que é negro, contou que uma mulher que trabalhava num caixa da rede em Alphaville (SP) deixou de atendê-lo, afirmando que poderia ser penalizada por fazê-lo. Após Vinícius optar por outro caixa, a mesma funcionária atendeu outra cliente, essa branca. Em razão de mais uma atitude lamentável do Carrefour, Vinícius de Paula entrará com uma ação judicial contra a rede. Seu advogado disse em vídeo publicado em uma rede social que o Carrefour “não aprende”, além de ser uma empresa que, em suas palavras, “mata negro, humilha, ultraja e constrange”. Trata-se de uma referência ao caso envolvendo João Alberto Silveira Freitas, homem negro que foi espancado até a morte por um segurança de uma unidade do Carrefour em Porto Alegre (RS). O ataque contra João Alberto ocorreu em 19 de novembro de 2020, na véspera do Dia da Consciência Negra.
O Carrefour não classificou o descaso contra Vinícius de Paula como um ato racista, mas admitiu que ele de fato não foi atendido pela funcionária e lamentou o ocorrido. Também foi dito pela empresa que a funcionária foi demitida no mesmo dia como parte de uma “política de tolerância zero” contra atitudes desrespeitosas. Apesar de não chamar textualmente o caso em questão de racista, o mercado achou de bom tom complementar seu posicionamento elencando ações antirracistas que promove.
Segue a nota do Carrefour na íntegra:
O Carrefour informa que às 15h do dia 07/04 o Sr. Vinicius teve o atendimento recusado por uma operadora de caixa na fila preferencial, sem justificativa. A colaboradora, que estava em período de experiência, foi imediatamente afastada pela gerência e desligada no mesmo dia. Acolhemos o cliente no mesmo momento, tendo seguido em contato com ele desde então – e continuamos abertos ao diálogo. Lamentamos profundamente a dor causada ao Sr. Vinicius e sua família. Nossa política é de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento desrespeitoso, além de promover esforços constantes na conscientização dos nossos colaboradores.
Nos últimos dois anos o Carrefour assumiu a responsabilidade de fazer uma transformação de dentro para fora no combate ao racismo estrutural no país, com investimento de mais de R$ 115 milhões, com maior foco na área de educação. Todos os nossos colaboradores são constantemente capacitados para uma postura antirracista e recentemente firmamos uma parceria com a Faculdade Zumbi dos Palmares para criação do primeiro curso de nível superior para formação de profissionais na área de segurança visando combater o racismo.
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