Inflação nos EUA ainda não disparou porque o efeito das tarifas leva tempo
O IPCA de julho foi de 0,26%, um aumento de 0,02 ponto percentual em relação ao mês anterior; no acumulado de 2025, a inflação está em 3,26%
Os Estados Unidos estenderam ontem, segunda-feira, 11, por 90 dias o prazo da trégua comercial com a China. Com isso, os Estados Unidos seguem cobrando 30% de tarifa sobre a importação de produtos chineses, enquanto Pequim mantém sua taxa em 10% sobre itens americanos. A medida dá mais tempo para um acordo duradouro entre os dois países e pode ser um sinal de que o governo americano está atento para os efeitos inflacionários de sua política comercial.
Mas as perspectivas da relação bilateral Brasil-Estados Unidos não são boas. “Sobre o Brasil, virá mais pressão, seja política, com sanções contra outros ministros do STF, seja militar, com ameaças veladas ou claras à manutenção de venda de equipamentos bélicos, ou comerciais”, disse Feliciano Sá Guimarães, professor de Relações Internacionais da USP, em entrevista ao programa Mercado.
Justamente nesta terça-feira, 12, os americanos divulgaram seu índice de inflação, sob a expectativa de que os preços ao consumidor tenham avançado em julho. Já a inflação americana foi de 0,2% nos Estados Unidos, e 2,7% no acumulado de doze meses, bem abaixo das expectativas do mercado. “Não é uma surpresa a inflação ainda não ter acelerado nos Estados Unidos, porque o efeito das tarifas não é imediato. Leva um tempo para isso chegar no consumidor, o que deve acontecer nos próximos meses”, disse o economista Bruno Corano em entrevista ao Mercado.
No Brasil, também são divulgados os dados de inflação. O IBGE divulgou nesta manhã que o IPCA de julho foi de 0,26%, um aumento de 0,02 ponto percentual em relação ao mês anterior. No acumulado de 2025, a inflação está em 3,26%, e nos últimos doze meses, chegou a 5,23%.
O programa Mercado de VEJA+ está sendo apresentado esta semana por Diogo Schelp, editor de VEJA NEGÓCIOS.
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