A nova cartada da J&F na disputa bilionária pela Eldorado
Uma segunda arbitragem que corre na Câmara de Comércio Internacional (CCI) terá que desarmar uma nova bomba na briga pela Eldorado Celulose
Uma segunda arbitragem que corre na Câmara de Comércio Internacional (CCI) terá que desarmar uma nova bomba na briga pela Eldorado Celulose. O processo foi aberto pelo grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, que perdeu uma primeira arbitragem, mas agora usando novos argumentos. Neste segundo processo, a J&F apresentou um aditamento a seu pedido inicial, o que foi prontamente contestado pela Paper Excellence.
No mais recente capítulo da novela judicial que se arrasta desde 2017, a J&F pede que o novo tribunal arbitral decrete a resolução de pleno direito do contrato de venda da Eldorado e do acordo de acionistas com ele negociado – em outras palavras, o cancelamento completo do negócio. Segundo alega a J&F, a Paper Excellence teria mentido, ao assinar o contrato, afirmando que detinha todas as autorizações exigidas pela legislação brasileira para efetivar a compra da Eldorado.
A J&F apoia seu argumento em duas ações, contestadas pela Paper, nas quais foi atestado que a empresa estrangeira não solicitou a autorização para estrangeiros se tornarem proprietários ou arrendatários de terras no Brasil. Para os Batista, isso é motivo para rescisão total. Nenhuma decisão definitiva foi tomada nesses processos.
Na nova arbitragem, a Paper Excellence reagiu. Sustentou que a J&F alterou integralmente os pedidos e as causas apresentados no Requerimento de Arbitragem original, datado de março de 2022. Seria, para a Paper, mais uma tentativa de manobrar para não cumprir decisões judiciais desfavoráveis aos brasileiros.