A gigantesca contribuição que os bancos públicos podem dar ao governo Lula
VEJA Mercado: instituições têm excesso de capital regulatório
O fortalecimento de programas sociais foi o principal compromisso do agora presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral. Seja pela manutenção do Auxílio Brasil de 600 reais ou pela reconstrução de outros programas, como o Minha Casa, Minha Vida, ProUni e Fies, fato é que o novo governo vai precisar de dinheiro e, principalmente, de crédito para cumprir tais promessas. Segundo o Itaú BBA, os bancos públicos vão desempenhar um papel significativo no próximo governo. A história sugere que essa ferramenta é usada com mais intensidade quando as contas fiscais estão apertadas, como está previsto para 2023.
A novidade é que a saúde financeira das três maiores instituições públicas (Banco do Brasil, Caixa e BNDES) permite a injeção de uma quantia impressionante na economia. “Os três principais bancos públicos têm excesso de capital regulatório. Admitindo-se a necessidade de financiamento, os próprios índices de Basileia são suficientes para um crédito adicional de cerca de 2 trilhões de reais. Um efeito secundário de contas fiscais mais apertadas poderia ser uma tributação mais alta para o sistema financeiro. Ainda há muitas peças em movimento, mas, por enquanto, o setor que contempla banco e crédito de nossa cobertura provavelmente terá uma camada adicional de incerteza política”, afirma o Itaú BBA em relatório enviado a clientes.
Índice de Basileia nada mais é do que a relação entre o capital próprio do banco e o capital de terceiros — oriundo de captações — que será exposto a risco por meio da carteira de crédito.
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