A diferença entre Lula e Bolsonaro na gestão de estatais, segundo mercado
VEJA Mercado: analistas colocam na ponta de lápis possíveis mudanças nas estatais para os próximos quatro anos

O mercado financeiro já coloca na ponta do lápis as principais diferenças entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) no que diz respeito às estatais. Nas últimas semanas, duas das mais notáveis estatais do país, Petrobras e Banco do Brasil, anunciaram resultados trimestrais que surpreenderam positivamente o mercado e garantiram uma robusta distribuição de dividendos aos acionistas. Para os próximos quatro anos, alguns analistas projetam possíveis diferenças entre Lula e Bolsonaro. “Se for um governo Bolsonaro, provavelmente a linha mestra de condução deve ser mantida. Isso significa uma política mais liberal em que bancos públicos têm menor viés intervencionista e mais potencial de subirem na bolsa”, avalia Francisco Levy, estrategista-chefe da Vitreo. “Se for um governo Lula, as diretrizes falam em viés mais intervencionista e isso põe desconto em quem quer ser acionista porque o enfoque será muito mais social do que lucrativo. De qualquer forma, nenhum candidato é irresponsável a ponto de colocar em risco a sustentabilidade das estatais”, conclui.
Para outros analistas, a evolução nas práticas de governança e a maior distribuição de dividendos por essas empresas também foram ganhos relevantes nos últimos anos e são peças-chave para o mercado. “Durante o governo Temer tivemos a aprovação da Lei das Estatais, mudanças no estatuto da Petrobras e melhora nas práticas de governança nas empresas, assim como uma redução de pessoal nessas companhias que se estendeu ao atual governo. Esse tipo de política e de distribuição de proventos é positiva e agrada o mercado financeiro”, avalia Leandro Saliba, gestor da AF Invest. No acumulado do ano, os papéis de Petrobras e Banco do Brasil disparam 74% e 54%, respectivamente.
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