A cruzada e a polêmica da Viação Andorinha contra a Buser e Flixbus
Na briga por um mercado de R$ 30 bilhões, donos da Andorinha estão praticando um modelo comercial parecido ao que eles combatem nos tribunais

Os sócios da Viação Andorinha, uma das mais tradicionais empresas rodoviárias do Brasil, Paulo Constantino e Walter Lemes Soares são também parceiros na empresa de fretamento turístico Kin Guin, que oferece pacotes “bate-e-volta” para o bairro do Brás, em São Paulo, a partir do interior do estado, e viagens só de ida de Presidente Prudente para São Paulo e vice-versa, com saídas diárias, emitindo passagens utilizando a autorização de fretamento.
Curiosamente, é a Viação Andorinha, de Constantino e Soares, uma das principais vozes contra a abertura do mercado rodoviário para empresas de tecnologia, como a brasileira Buser e a alemã Flixbus. A Andorinha faz parte de entidades do setor (Setpesp e Abrati) que ingressaram com diversas ações na Justiça que acusam as novas empresas de “concorrência desleal”. Alegam, por exemplo, que a autorização de fretamento é indevidamente utilizada para serviços de transporte de passageiros – assunto que ainda está sendo debatido pela Justiça.
(ATUALIZAÇÃO: A FlixBus Brasil é uma empresa de tecnologia que atua no transporte rodoviário regular e interestadual de passageiros com preços acessíveis e não realiza fretamentos. O modelo de negócio da empresa é baseado no estabelecimento de parceria com empresas de ônibus, que operam 100% dentro das regras da ANTT, e são responsáveis pela operação das linhas desde a gestão de qualidade, manutenção dos veículos até a realização do transporte dos passageiros. Enquanto a FlixBus oferece a tecnologia necessária para atuar em todo o ciclo da operação dos parceiros, desde a precificação, marketing e vendas até o controle de tráfego e atendimento ao cliente. Presente no país desde 2021, a FlixBus, em conjunto com seus parceiros, atua em 14 estados, no Distrito Federal e em quatro regiões do Brasil).