A caixa preta da Confederação Nacional da Indústria
Presidente da Fiemg pede que a CNI divulgue o que faz com o caixa que está sob sua gestão

O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flavio Roscoe, resolveu bater de frente com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, que já está há mais de dez anos no cargo. Contrário à uma mudança no estatuto, que permitiu uma prorrogação do mandato de Andrade até 2023, Roscoe resolveu pedir que a CNI abra seu orçamento estimado em 250 milhões de reais anuais, que está sendo chamada de caixa preta por alguns industriais. Além do caixa próprio, a CNI administra cerca de 1,7 bilhão de reais do Sistema S e define a distribuição dos recursos.
Segundo fontes que acompanham a confusão de perto, Roscoe queria saber como é feita a divisão do bolo, para saber o quão dependentes da CNI são as federações mais pobres, mas que rendem votos. Andrade conseguiu 23 votos a seu favor na assembleia que aprovou a prorrogação do mandato e apenas 3 contra, todos das federações do Sudeste que são mais ricas. Mesmo sendo membro do Conselho dos Representantes, até agora nenhuma informação foi disponibilizada ao presidente da Fiemg.
O Radar Econômico pediu os dados para a CNI, também sem sucesso. A confederação repassou apenas um link com os balanços por estado dos recursos do Sesi e Senai. Mas os dados são difíceis de analisar sem a ajuda de cada federação para estimar quanto a CNI repassa à cada estado. Sobre o pedido feito por Roscoe, também a CNI preferiu o silêncio. O caso vai parar na Justiça.