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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens paranaenses. Por Guilherme Voitch, de Curitiba
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Geração premiada faz de Curitiba a capital dos baristas

No estado que já foi o maior produtor mundial de café, Curitiba se destaca pelos grãos especiais, ofertados pelos mais premiados profissionais do Brasil

Por Guilherme Voitch Atualizado em 23 out 2018, 15h14 - Publicado em 22 out 2018, 17h42

Na última edição do Campeonato Brasileiro de Barismo, realizado em São Lourenço (MG), em agosto deste ano, quatro das seis categorias foram vencidas por profissionais curitibanos. Foi assim em 2017, com três primeiros lugares e mais duas medalhas de prata e uma de bronze, e tem sido assim nos últimos anos. “Curitiba tornou-se a principal cidade no país no consumo de cafés especiais, pela qualidade das cafeterias, ofertas de grãos e principalmente pelo nível dos profissionais”, afirma o barista Léo Moço, carioca radicado em Curitiba desde 2013 e tetracampeão brasileiro.

Moço, que venceu a categoria brewers (café filtrado) na última edição do campeonato brasileiro, vai representar o Brasil no próximo Campeonato Mundial de Barismo, que será realizado em novembro em Belo Horizonte. Em sua cafeteria, no bairro Juvevê, ele serve uma xícara pequena feita a partir de grãos especiais por até 25 reais. A clientela de Moço é jovem, fiel e em crescimento. “É um público que quer aprender e sabe o valor de um bom café. Reparamos isso nas pequenas coisas. Por exemplo, nossos clientes ou não colocam ou colocam muito pouco açúcar no café. É um detalhe, mas fala bastante sobre o perfil de exigência”, diz Moço.

Um dos clientes da cafeteria do tetracampeão é o empresário Jonhatan Bittencourt, 35 anos. Fã de café, Bittencourt procura sempre aliar o hobby às constantes viagens profissionais que faz, no Brasil e no exterior. “A qualidade dos nossos profissionais é excelente. E tem surgido coisas boas e novas. Acho que somos a Seattle (a cidade americana é considerada a capital mundial dos cafés) brasileira do ramo”, explica.

Cultura

Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), vê na cidade uma cultura estabelecida de cafés especiais, com grandes profissionais e consumidores exigentes. Para ela, a construção dessa cena começou em 2002 com o Lucca Café. “O trabalho deles foi pioneiro e se hoje Curitiba tem todos esses campeões e três escolas de baristas, deve muito a eles”, afirma.

Georgia Franco de Souza, proprietária e fundadora do Lucca, afirma que a cafeteria já nasceu com o objetivo de formar campeões. “A competição é algo que entusiasma os jovens. Então sempre treinamos e incentivos nossos profissionais para os campeonatos. O Lucca já fez 15 campeões brasileiros. Inclusive no ano passado minha filha, a Camila, venceu na categoria cafés filtrados”, comemora Georgia.

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A escola de baristas do Lucca continua na ativa com quatro instrutores. Completando o tripé do negócio está a torrefação, supervisionada diretamente por Georgia. O café do Lucca é vendido para o Brasil todo.

Histórico

Se hoje a capital do estado se destaca pela oferta e consumo de cafés especias, o Paraná já ostentou o título de maior produtor mundial do grão. As fazendas de café no Norte e Norte Pioneiro do estado foram o motor da economia do estado durante as décadas de 1940, 50 e 60. A geada negra, em 1975 dizimou as lavouras paranaenses. Os produtores tiveram prejuízos imensos e trocaram o café outras culturas, como o trigo. Uma minoria deixou o Paraná rumo a outros estados com clima mais propício para o grão, como Minas Gerais.

Lentamente, a cultura tem sido retomada no estado. Agora, sem grande escala de produção e com foco na qualidade dos grãos. “Eu acho que o solo do Paraná é o melhor do Brasil pra produzir café, sem dúvida. O desafio é o clima, o frio e as chuvas”, diz Moço, que tem desenvolvido uma parceria com produtores do Norte e Norte Pioneiro para a melhora dos grãos paranaenses.

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