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UBS e CS: o impacto no segmento de gestão de fortunas

Como o mercado avalia a união dos dois gigantes suíços e o resultado disso no Brasil

Por Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2024, 23h56 - Publicado em 13 jun 2023, 09h00

O UBS concluiu a compra do concorrente Credit Suisse, três meses depois que o governo suíço organizou um acordo de resgate para combinar os dois maiores bancos daquele país, em uma tentativa de proteger sua reputação como centro financeiro mundial e amenizar maiores estragos no mercado financeiro global. Vale lembrar que o Credit Suisse, de 167 anos, teve uma série de escândalos ao longo dos últimos anos que atingiram o coração de seus negócios.

Aqui, no mercado financeiro brasileiro, a avaliação é de pouco impacto do resultado dessa operação, especificamente em wealth management. “Não vejo grande impacto no mercado como um todo”, afirma um banqueiro. “Só foi um bom deal para o UBS”, conclui.

Para se ter uma ideia, o volume financeiro administrado pelas casas de gestão de patrimônio chegou a R$ 328,1 bilhões em junho de 2022. A quantia é 2,3% maior que a alcançada em dezembro do ano passado, quando estava em R$ 320,7 bilhões, evidenciando o tamanho e a importância desse mercado. Segundo sócios e executivos de bancos da Faria Lima, há uma série de vantagens vinda da união entre as duas instituições suíças no mercado nacional:

  • Maior solidez e estabilidade: a união cria uma instituição financeira mais sólida e estável no mercado brasileiro. Combinando recursos, conhecimentos e experiência, a nova entidade teria uma base financeira  mais robusta, o que poderia inspirar confiança nos investidores e depositantes;
  • Diversificação de produtos e serviços: permite oferecer uma gama mais ampla de opções para os clientes. Isso incluiria serviços de investimento, assessoria financeira, financiamentos, empréstimos e soluções de gestão de patrimônio. A diversificação de produtos e serviços poderia atrair uma base de clientes mais ampla e fortalecer a posição competitiva da nova entidade no mercado brasileiro;
  • Eficiência operacional: pode gerar sinergias operacionais significativas, resultando em economias de escala. Com a redução de redundâncias e otimização de processos, a nova entidade poderia se tornar mais eficiente, o que poderia levar à redução de custos e, potencialmente, à oferta de serviços a preços mais competitivos.

Mas, há ainda as desvantagens, nada desprezíveis:

  • Concentração de poder: a fusão entre duas grandes instituições financeiras pode resultar em um aumento da concentração de poder no setor bancário brasileiro. Isso pode levar a uma diminuição da concorrência e dificultar a entrada de novos players no mercado. Uma concentração excessiva de poder pode não ser benéfica para os clientes e para o sistema financeiro como um todo;
  • Impacto nos funcionários: fusões e aquisições bancárias frequentemente envolvem a reestruturação e redução de pessoal, o que pode resultar em demissões e incerteza para os funcionários das instituições envolvidas;
  • Riscos de integração: a integração de duas instituições financeiras complexas pode ser um processo desafiador. Questões como harmonização de sistemas, cultura organizacional e gestão de riscos precisariam ser abordadas de forma eficaz. Se a fusão não for bem gerenciada, pode levar a dificuldades operacionais, problemas de atendimento ao cliente.

O fato é que o setor de wealth managment se prepara para uma rodada intensa do que, no jargão da área, se chama de “rouba-monte”. “Não há como fugir disso no fim do dia”, afirma outro banqueiro.

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