Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Mundo Agro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Marcos Fava Neves
De alimentos a energia renovável, análises sobre o agronegócio
Continua após publicidade

Milho: alimento e energia para o mundo

Descubra os aspectos sustentáveis dessa cultura milenar para alimentação e bioenergia

Por Marcos Fava Neves
Atualizado em 21 mar 2024, 11h17 - Publicado em 21 mar 2024, 11h14

O milho é uma das culturas mais antigas e importantes. Originário das Américas, foi domesticado pelos povos astecas, maias e incas há mais de 10.000 anos, tornando-se um alimento básico em muitas culturas. A disseminação para outros países, como Estados Unidos e China, está ligada à migração das populações indígenas ao longo dos séculos, além das rotas comerciais que ligavam as américas à Ásia. No Brasil, o cereal foi introduzido pelos povos indígenas antes da chegada dos portugueses, tornando-se rapidamente uma cultura essencial na alimentação e cultura local.

É rico em carboidratos e proteínas, fornecendo energia para o corpo. É consumido de diversas maneiras, como grão, farinha, óleo, ou em produtos alimentícios preparados. Na alimentação humana, pode ser utilizado:

  • a) em receitas doces ou salgadas, como tortas, bolos, pães, pipocas, entre outras;
  • b) na produção de alimentos processados, como bebidas, óleo, amido, glucose, entre outros.

Já algumas substâncias derivadas do milho, como o ácido fitico, são utilizadas na produção de medicamentos e suplementos alimentares. É uma das principais fontes de energia e nutrientes para bovinos, suínos, aves e peixes, como grão inteiro, silagem ou farelo. Além disso, também é utilizado na produção de biocombustíveis, como o etanol: os Estados Unidos, maior produtor global do biocombustível, utiliza o milho como fonte primária de produção. No Brasil, quase 20% da produção do etanol já vem do processamento do cereal.

A cadeia do milho envolve muitos processos. Na etapa de pré-produção, os agricultores planejam e preparam o solo, selecionam sementes e adquirem os insumos necessários, como fertilizantes, defensivos agrícolas e equipamentos. Durante a produção, realizam o plantio, manejo e colheita, empregando práticas agrícolas modernas e sustentáveis. Após a colheita, o milho pode passar por diferentes processos de beneficiamento, dependendo do seu destino. Para ração animal, pode ser moído, ensilado ou transformado em pellets. Para alimentação humana, pode ser processado em farinha, óleo, xarope ou outros produtos alimentícios. Para bioenergia, é moído para produção de etanol, que gera outros produtos como o DDGs (Dried Distillers Grains – Grãos Secos de Destilaria) que são ótima fonte para alimentação animal, voltando ao sistema de forma circular. A comercialização envolve a distribuição e venda dos produtos finais para os mercados nacionais e internacionais, para consumidores finais, indústrias de processamento ou intermediários, como cooperativas agrícolas e tradings.

Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção brasileira na safra 2022/23 foi de 131,9 milhões de toneladas, a maior da história. A produtividade foi de 5.923 quilos por hectare, em uma área plantada próxima de 22,3 milhões de hectares. Na produção, o Mato Grosso é o principal representante com 77,4 milhões de t colhidas na safra passada. No comparativo entre países, o Brasil ocupa a 3ª posição global no ranking de produção, atrás somente dos Estados Unidos e da China, mas é o maior exportador com 55,0 milhões de t e quase 30% do mercado mundial. A principal vantagem do Brasil na produção do milho é o sistema de produção em 2ª safra (em sucessão a culturas de verão, como a soja); e atualmente, 80% do milho produzido vem desta. O clima tropical e os avanços genéticos em cultivares com ciclos mais curtos e resistentes a seca são alguns dos fatores que possibilitaram esse avanço.

Continua após a publicidade

Para atender a essa crescente demanda, a cadeia está adotando tecnologias inovadoras, como a biotecnologia e a agricultura de precisão, para aumentar a produtividade e a sustentabilidade. A diversificação dos usos do milho na produção de bioplásticos e outros produtos industriais, abre novas perspectivas. É base para a segurança alimentar global, sendo o grão mais consumido.

O valor bruto da produção no Brasil está ao redor de R$ 145 bilhões por ano, e existe a chance de aumentar a área produtiva nos próximos 10 anos dos atuais 22 milhões de hectares para algo perto de 30 milhões de hectares, crescer a participação nas rações, no etanol e principalmente nas exportações, onde o Brasil pode passar das atuais 55 para algo entre 80 a 100 milhões de toneladas, ficando com 35 a 40% de participação no mercado mundial. Muitas oportunidades pela frente para gerar renda e oportunidades às pessoas!

Marcos Fava Neves é professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP) da FGV (São Paulo – SP) e fundador da Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto – SP). É especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio. Confira textos e outros materiais em harvenschool.com e veja os vídeos no Youtube (Marcos Fava Neves). Agradecimentos a Vinicius Cambaúva e Rafael Rosalino.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.