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De alimentos a energia renovável, análises sobre o agronegócio
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Conheça a cadeia brasileira de hortifrútis

Segmento se destaca pelo mercado in natura e há grande espaço para os processados

Por Marcos Fava Neves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 jul 2024, 15h29

A horticultura, que inclui o cultivo de frutas, legumes, verduras e plantas ornamentais, começou na região do “Crescente Fértil”, que compreende partes do Oriente Médio. No Brasil, a história da cadeia de hortícolas começa com as práticas agrícolas dos povos indígenas, que, antes do período de colonização, já cultivavam uma grande variedade de frutas e verduras, como a abóbora, o açaí, a batata-doce, o guaraná e a mandioca. O setor hortícola é caracterizado pela união entre os segmentos de produção de: 1) legumes e verduras ou hortaliças; 2) frutas (fruticultura); e 3) plantas ornamentais (floricultura). No artigo de hoje, focaremos nos dois primeiros, grupo que é popularmente conhecimento como “hortifrútis” (ou “HFs”).

A principal finalidade desse segmento é a produção de alimentos, fornecendo uma grande variedade de frutas, legumes e verduras frescas, além dos produtos processados, ervas e especiarias. A indústria de bebidas ainda contempla sucos, refrigerantes, vinhos e licores, produzidos a partir de frutas. Alguns produtos ainda estão presentes na área da saúde, por meio de plantas medicinais, utilizadas na produção de medicamentos fitoterápicos e derivados.

As cadeias de hortifrútis são compostas por uma variedade de agentes que desempenham papéis importantes em cada etapa do processo, desde a produção até o consumo final. Na etapa de pré-produção, os fornecedores de insumos proporcionam sementes, mudas, fertilizantes, defensivos agrícolas e equipamentos necessários para o cultivo; aqui se destacam os equipamentos de proteção de cultivo como estufas, casas de vegetação, climatizadores, tecnologia para hidroponia e outros. Em seguida, os produtores são os responsáveis pelo cultivo das frutas, legumes, verduras e plantas ornamentais, utilizando técnicas modernas e sustentáveis para garantir a qualidade e a produtividade desejadas.

Muitos destes produtos já estarão prontos para o consumo (in natura) ao final do ciclo produtivo, ao contrário do que vemos com grãos e outras culturas perenes (que necessitam de um processamento mínimo ou avançado). A etapa de processamento é opcional ao transformar alguns produtos frescos em alimentos processados, como sucos, conservas e congelados, agregando valor e conveniência para os consumidores. Os distribuidores atuam na desafiadora logística de transportar produtos perecíveis (quando não processados), para os mercados externo e interno, onde chegam aos consumidores por meio dos tipos de varejo, destacando-se as feiras e centros de distribuição (Ceasas) e os varejões, cada vez mais bonitos de serem visitados.

Com uma produção de cerca de 40 milhões de toneladas e 2,5 milhões de hectares cultivados, o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, criando cerca de 6 milhões de empregos. Nesse segmento, o valor bruto da produção supera os R$ 50 bilhões anuais, segundo o IBGE, com destaques para: a laranja (R$ 10,9 bilhões); a banana (R$ 8,6 bilhões); o açaí (R$ 4,7 bilhões); e a uva (R$ 3,6 bilhões). Nas exportações, o Brasil vendeu mais de 1 milhão de toneladas de frutas ao exterior em 2023, apenas 3% da oferta, evidenciando potencial de crescimento. Com uma receita que superou US$ 1 bilhão, os destaques foram: mangas frescas ou secas (266 mil t); melões frescos (228 mil t); e abacate (105 mil t).

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Dentre as hortaliças, a produção nacional ultrapassa os 33 milhões de toneladas em uma área de 1,6 milhão de hectares. Já a renda da categoria soma R$ 34,4 bilhões anualmente, com destaque para os cultivos: mandioca (R$ 10,9 bilhões); tomate (R$ 6,0 bilhões); batata-inglesa (R$ 5,5 bilhões); e cebola (R$ 2,5 bilhões).

Sua distribuição geográfica é muito diversificada no Brasil, contribuindo para o desenvolvimento de diferentes regiões. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a produção de hortaliças e frutas está distribuída: Sudeste (41%), Nordeste (22%), Sul (17%), a região Norte (14%) e a região Centro-Oeste (6%).

Existem grandes oportunidades, seja para ampliar a exportação via alimentos processados e embalados (maior tratamento pós-colheita); ou mesmo para elevar a transparência e rastreabilidade dos produtos por meio de interações virtuais e embalagens inovadoras, certificados e selos de qualidade. A demanda para mercados de nicho deve crescer, com consumidores buscando mais produtos processados e exóticos. Métodos sustentáveis de produção estão em alta no ramo de hortifrútis, com métodos como a hidroponia, aquaponia, fertilização orgânica, uso de insumos biológicos, o cultivo vertical em grandes cidades; entre outros, criando muitas oportunidades de trabalho e geração de renda.

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Marcos Fava Neves é professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP) da FGV (São Paulo – SP) e fundador da Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto – SP). É especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio. Confira textos e outros materiais em harvenschool.com e veja os vídeos no Youtube (Marcos Fava Neves). Agradecimentos a Vinicius Cambaúva e Rafael Rosalino.

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