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Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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O PIB praticamente estagnou no segundo trimestre

Surgiram, entretanto, sinais de recuperação mais forte dos serviços, que podem constituir a principal fonte de crescimento nos próximos dois trimestres

Por Maílson da Nóbrega 1 set 2021, 09h25

O PIB do segundo trimestre, divulgado nesta quarta-feira, 1º, pelo IBGE, caiu 0,1% sobre o período imediatamente anterior, de forma dessazonalizada. Em relação ao mesmo trimestre de 2020, houve acréscimo de 12,4%, dada a fraca base de comparação. 

Pelo lado da oferta, a agropecuária foi o destaque negativo. Seu produto, em termos dessazonalizados, diminuiu 2,8% em relação ao primeiro trimestre, sob o efeito de fenômenos climáticos, isto é, a seca e a geada que atingiram culturas relevantes na formação do PIB setorial, casos do milho e do café. 

A indústria também caiu: 0,2% no segundo trimestre, dessazonalizados. O setor tem sofrido a falta de insumos causada por problemas nas redes mundiais de suprimento. Ao mesmo tempo, enfrentou aumento de custos provocado pela crise hídrica. Esses eventos acarretaram aumento de preços de energia elétrica, matérias-primas, partes, peças e componentes, o que afetou sua capacidade de crescer, apesar da capacidade ociosa. Um de seus componentes, a construção civil, também diminuiu a produção no segundo trimestre. Explicação: queda em materiais de construção, em virtude de reduções no auxílio emergencial, que até então vinha sustentando a demanda associada a pequenas reformas. 

Os serviços cresceram 0,7% no primeiro trimestre, de maneira dessazonalizada, e 10,8% sobre o mesmo trimestre de 2020. É a consequência direta do avanço da vacinação, que tem permitido a retomada do setor, particularmente nos serviços prestados às famílias, que muito dependem do contato pessoal. A crescente abertura das atividades econômicas, movida pela mesma razão, contribuiu para expandir o comércio, que compõe os serviços. 

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No desempenho do PIB pelo lado da demanda, o consumo das famílias não vairou no segundo trimestre. A demanda do governo cresceu 0,7%, apesar das dificuldades enfrentadas pelo IBGE para estimar o respectivo desempenho, que passou a ser realizado por imputação e não pela pesquisa direta. A pandemia afetou a demanda de serviços públicos de saúde. A metodologia não capta os gastos com a vacinação. 

A formação bruta de capital caiu 3,7% no segundo trimestre e  avançou 32,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A menor demanda de bens de capital, particularmente na indústria, explica esse fraco desempenho. 

O desempenho do PIB no segundo trimestre já era esperado. A quase estagnação não pode ser entendida, porém, como passível de repetição nos dois próximos trimestres. O segundo semestre deve ser influenciado pela expansão dos serviços, incluindo, além daqueles prestados às famílias, os relacionados a viagens, turismo, frequência a estádios e outros que dependem de aglomeração. Assim, o PIB pode crescer 5% em 2021. O risco estará nos eventuais efeitos negativos da variante delta na atividade econômica.

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