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Notícias e análises sobre economia política internacional e comércio exterior

“É preciso revisitar a política das esquerdas”, diz embaixador do Chile

"Há ideais civilizatórias que não podemos permitir que retrocedam, mas isso requer revisão crítica das forças progressistas", diz Sebastián Depolo-Cabrera

Por Diogo Schelp Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 out 2025, 15h54

Na segunda parte da sua entrevista à VEJA Negócios, Sebastián Depolo-Cabrera, embaixador do Chile no Brasil, fala sobre a relação entre Lula e o presidente chileno Gabriel Boric. Leia a primeira parte, sobre comércio exterior e tarifas, aqui. “Há ideais civilizatórias que não podemos permitir que retrocedam, mas isso requer revisão crítica das forças progressistas”, disse Depolo-Cabrera.

Nos últimos anos, os presidentes Lula e Gabriel Boric expuseram divergências sobre questões como o regime chavista na Venezuela e a Guerra na Ucrânia. O segundo mandato presidencial de Donald Trump nos Estados Unidos serviu para deixar  essas diferenças de lado, aproximando os mandatários do Brasil e do Chile?

A aproximação ocorreu antes. Quando Trump assumiu, Brasil e Chile mantinham as mesmas posições: os dois países defendem o comércio multilateral, os organismos multilaterais e o comércio internacional justo como ferramenta de desenvolvimento.

Já havia coordenação além das diferenças que existem em alguns pontos específicos, inclusive geracional. Há 40 anos de diferença entre entre as idades de Lula e Boric, mas hoje estão impulsionando a defesa da democracia junto com os presidentes de Espanha, Uruguai e Colômbia.

Como os dois países enfrentam a ameaça autocrática?

Os dois países enfrentam uma ameaça real que pode corroer por dentro o sistema democrático. Chile e Brasil tiveram ditaduras militares, mas hoje o processo é diferente: forças políticas chegam democraticamente aos governos e começam a minar as instituições por dentro.

Isso é uma ameaça não apenas para ideias progressistas, mas para a democracia em si. Como disse o presidente Lula em Nova York (na abertura da Assembleia Geral da ONU): temos que nos perguntar o que fizemos para que essas outras forças tenham crescido dessa maneira.

O que é preciso fazer?

Há um desafio político das forças progressistas de sustentar a importância da democracia para a vida em sociedade. Não para que “nós” ganhemos sempre as eleições — os outros podem ganhar —, mas para que não se degrade a vida em comum, a justiça, o atendimento à população vulnerável.

Há ideais civilizatórias que não podemos permitir que retrocedam, mas isso requer revisão crítica das forças progressistas. Tanto Boric quanto Lula concordam: é preciso revisitar a política das esquerdas para entender por que a sociedade se inclina por movimentos autocráticos.

Essa conversa sobre qualidade democrática, liderada pelos presidentes Lula, Pedro Sánchez (presidente do Governo da Espanha) e Boric junto a outros países, é fundamental para enfrentar forças autocráticas que tentam corroer as instituições democráticas por dentro.

O que representa essa “nova era” nas relações Chile-Brasil?

Quando o presidente Lula foi a Santiago, falou de uma nova era que tem a ver com questões políticas, afinidades culturais e projeção comercial e econômica conjunta, especialmente em direção aos mercados asiáticos.

Os presidentes geraram uma cumplicidade, um tandem de conversas relevantes inclusive para convidar outros presidentes progressistas. Essa coordenação é benéfica não apenas para os governos ou forças políticas, mas para nossos povos.

As relações estão em bom momento, mas as projeções são infinitamente melhores. Poderíamos fazer muito mais aproveitando as complementaridades de nossos países.

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