A bandeira arriscada escolhida por Haddad para a largada da gestão
Aposta do futuro ministro da Fazenda na reforma tributária fixa meta ambiciosa para a nova gestão Econômica do País

Empenhado em acelerar a montagem da equipe econômica, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, exaltou mais uma vez no fim da tarde de ontem a bandeira que parece ter sido escolhida como marca da largada de sua gestão: a reforma tributária. Não foi a primeira vez que o petista falou sobre o tema. Falou em resolver tudo no primeiro semestre do ano que vem. E até anunciou um dos principais encarregados da missão, o futuro secretário do ministério Bernard Appy.
É uma aposta arriscada apoiar a credibilidade da nova gestão Econômica do País numa reforma tão difícil. São décadas de tentativas de aprovar uma reformulação completa do sistema de impostos, algumas delas conduzidas inclusive em governos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Haddad se mostra confiante. Falou em casar a reforma com a apresentação de uma nova âncora fiscal. Disse até que poderia antecipar a nova regra, quem sabe. Está tudo interligado, disse ele.
Se tem uma premissa mais que conhecida na política é que reformas difíceis precisam ser feitas no primeiro ano de governo. Senão, correm o risco de ir para a gaveta. Para tirar a proposta do papel, Haddad vai precisar de todo o empenho possível do próprio Lula. A força institucional do novo governo e seu poder de fogo no Congresso serão, sem dúvida, decisivos. Vale lembrar, será um Congresso vastamente ocupado por políticos hoje alinhados ao presidente Jair Bolsonaro.
Se a aposta der certo, será uma conquista relevante para um político, já citado como virtual candidato à Presidência na próxima eleição, escalado para chefiar o Ministério da Fazenda. Se ficar só na conversa, o resultado pode ser um belo balde de água fria nos planos de um voo maior em 2026.
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