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Ainda para poucos: o lado amargo dos medicamentos para emagrecer

Remédios como Ozempic e Mounjaro se mostram eficazes para perda de peso, mas são caros e com acesso restrito

Por Tiago Cordeiro
26 abr 2024, 06h00

Uma nova geração de medicamentos para diabetes tipo 2 virou febre entre pessoas que os buscam para uma finalidade diferente da indicada na bula: emagrecer. O Ozempic, da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, e seu concorrente mais recente, o Mounjaro, do laboratório americano Eli Lilly, têm resultados comprovados na perda de peso. O problema é encontrá-los nas farmácias — e bancar o tratamento.

O Ozempic é um remédio injetável contendo semaglutida, que imita os efeitos do hormônio GLP-1 produzido no intestino. Indicado para pessoas com altas taxas de glicose no sangue, ele comunica ao cérebro a sensação de saciedade após as refeições. Seu uso é contínuo e tem um custo de cerca de 1 000 reais por mês. A intensa procura pelo medicamento provocou sua falta nas farmácias ao longo de 2023 — não somente no Brasil, mas globalmente.

O Mounjaro é mais eficaz. Além de estimular a produção de GLP-1, ele facilita a produção do hormônio GIP, responsável pela liberação de insulina. Um estudo clínico comparativo publicado no New England Journal of Medicine revelou que pacientes que utilizaram Mounjaro 15 mg perderam 12,4 quilos ao longo de quarenta semanas. É o dobro da perda de peso em relação aos que usaram semaglutida 1 mg.

Embora a venda do Mounjaro no Brasil tenha sido autorizada pela Anvisa em setembro de 2023, sua distribuição nas farmácias depende de o produto ser precificado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos. Nos Estados Unidos, o tratamento custa 1 000 dólares por mês. No Brasil, com remédio importado, o mesmo tratamento sai por até 10 000 reais. Por causa de seu custo mais elevado, o Mounjaro tem sido chamado de “Ozempic dos ricos”. Esse tipo de fármaco caiu no gosto de artistas e influenciadores, que divulgam diariamente seus efeitos. Segundo estudo do braço de pesquisas do banco Morgan Stanley, os medicamentos contra a obesidade movimentaram 2,4 bilhões de dólares no mundo em 2022. A projeção é que esse mercado alcance o porte de 77 bilhões de dólares até 2030.

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Drogas como essas apresentam resultados comparáveis aos da cirurgia bariátrica, com efeitos colaterais controláveis, como náusea, diarreia e aumento da fadiga muscular. No entanto, a endocrinologista Cynthia Valério, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, ressalta que o uso puramente estético pode resultar em perda de massa magra, não de gordura: “O uso de medicações deve ser indicado pelo médico e vir acompanhado de mudança de estilo de vida, com dieta balanceada e atividade física praticada regularmente”.

Publicado em VEJA, abril de 2024, edição VEJA Negócios nº 1

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