Indústria farmacêutica insatisfeita com regras de logística da Anvisa
Setor diz que norma sobre transporte de medicamentos pode elevar preços

A indústria farmacêutica brasileira, que representa um mercado de R$ 120 bilhões, não está satisfeita com novas regras e mudanças estabelecidas pela Anvisa.
O setor reclama sobretudo da RDC 304/2019 – que regulamenta o transporte, determina a temperatura máxima para a logística e exige o controle na armazenagem e no deslocamento.
Representantes do Sindusfarma dizem que as novas regras podem provocar aumentos de preços no país.
O assunto foi debatido nesta terça-feira no Fórum da Cadeia Fria, realizado no Cinesystem Morumbi Town, em São Paulo.
ATUALIZAÇÃO, 21/11/2019 – O Sindusfarma enviou ao Radar a seguinte nota: “Ao contrário do que afirma a notícia, a indústria farmacêutica aprova a Resolução RDC 304/2019 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por entender que as novas normas aumentam a segurança dos pacientes, melhoram os padrões de qualidade de transporte e armazenagem de medicamentos, garantem maior controle da cadeia logística e se harmonizam com os requisitos internacionais. Esse posicionamento foi formalmente apresentado à plateia do Fórum de Cadeia Fria do qual o Sindusfarma participou.
Também é incorreta a informação de que “as novas regras podem provocar aumentos de preços no país”. O que foi dito no Fórum é que a adequação à referida RDC exigirá investimentos por parte das empresas e poderá elevar os custos de suas operações logísticas.
Como se recorda, os preços de medicamentos no Brasil são controlados e autorizados pelo governo uma única vez por ano, com base numa fórmula rígida, que não leva em consideração esse tipo de aumento de custos. Por esta razão, a indústria farmacêutica não pode repassar eventuais aumentos de custo para o preço final de seus produtos, o que acaba por afetar a rentabilidade das empresas.
Finalmente, uma terceira correção à notícia: o faturamento da indústria farmacêutica no Brasil foi de R$ 62,5 bilhões em 2018 e deve crescer cerca de 9% este ano.”