Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Radar

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Notas exclusivas sobre política, negócios e entretenimento. Com Gustavo Maia, Nicholas Shores e Pedro Pupulim. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Flávio Rocha deixa o Brasil 200 e avisa: ‘Pendurei as chuteiras’

Ele diz que o grupo, sob o comando do sobrinho, 'virou movimento político' e deixou de fazer sentido: 'Nós, os cabelos brancos, estamos passando a bola'

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 Maio 2020, 16h46 - Publicado em 5 Maio 2020, 15h33

“Pendurei as minhas chuteiras num poste de 30 metros de altura onde eu não consiga nunca mais alcançá-las”. As palavras são do empresário Flávio Rocha, presidente do Grupo Guararapes, controladora da Riachuelo, e um dos fundadores do Instituto Brasil 200, o principal reduto do bolsonarismo no meio empresarial, que agora anuncia sua saída oficial do grupo presidido por seu sobrinho, Gabriel Kanner. Leia o que diz Kanner sobre a saída do tio.

Rocha se identifica com a “velha guarda” do movimento, e admite abertamente que tomou a decisão de deixar o grupo por discordar da linha adotada pelo sobrinho.

“A ideia do Brasil 200 era funcionar como um think tank, um laboratório de ideias nessa linha liberal na economia e conservadora nos costumes. Existia um vazio na política angustiante”, diz Rocha ao Radar. “Mas eu acho que, quiseram as circunstâncias, a nova geração vindo aí, a coisa entrou mais no debate político cotidiano, que não faz sentido nenhum, não é conciliável com a direção de uma grande empresa”, complementa.

Para o empresário, o Brasil 200 fez sentido enquanto colocou o debate de ideias de alto nível acima do fla-flu diário da política que tomou conta da pauta do país. Era esse limite que mantinha o movimento em harmonia com os negócios, afinal, como ensina Rocha, a nenhum grande líder de companhia de capital aberto, com acionistas de todas as correntes de pensamento, é dado o luxo de envolver-se em querelas políticas.

“Não dá para ser CEO de empresa e, por rotina, se posicionar politicamente, principalmente num quadro tão cheio de paixões”, diz Rocha, para quem, o Brasil 200 está hoje “próximo de movimento político”.

Continua após a publicidade

O empresário deixa o grupo, mas não pretende fazer de sua decisão um ponto de conflito com o sobrinho. Prefere tratar o momento, de aparente implosão do Brasil 200, com a debandada dos grandes empresários do grupo, como uma “transição” entre a experiência “dos cabelos brancos” e o vigor impulsivo da “segunda geração”. Não deixa de ser uma crítica suave ao sobrinho, que meteu-se em disputas políticas ao tomar posição sobre guerra entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro.

“Estou saindo em comum acordo, porque tem uma geração mais identificada com a política no movimento. A gente está saindo para dar mais liberdade a essa segunda geração. Nós, com os nossos cabelos brancos, que estamos ativos nas empresas, estamos passando a bola”, diz.

Questionado se a decisão não poderia desapontar o sobrinho, que fica no barco, Rocha diz confiar na capacidade de Kanner: “Sou presidente de uma empresa de capital aberto. Ele vai entender”.

Continua após a publicidade

Nesta terça, o Estadão mostrou como o Brasil 200, sob o comando de Gabriel Kanner, começou a enfrentar uma onda de debandadas de empresários do movimento. Pesos-pesados do empresariado, como Edgard Corona (Bio Ritmo), João Appolinário (Polishop), Sebastião Bomfim (Centauro), Washington Cinel (Gocil) e Alberto Saraiva (Habib’s) manifestaram intenção de deixar o grupo, insatisfeitos com os mesmos motivos que levaram Rocha a “pendurar as chuteiras”.

Ao tomar conhecimento da saída do tio, Gabriel Kanner disse ao Radar que respeita a decisão, mas avisou que não mudará sua condução à frente do grupo, que não pode ser chapa-branca e deve se permitir fazer críticas construtivas ao governo. “Conversei com o Flávio mais cedo. Respeito sua decisão. Ele tem uma posição de destaque na empresa”, diz Kanner.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.