Polícia de Diadema ressuscita caso do hacker da J&F e da Paper
Caso do hacker é um dos argumentos para tentar anular arbitragem que entregou Eldorado Celulose aos indonésios
A J&F Investimentos, da família Batista, segue sua empreitada para tentar anular a arbitragem que decidiu que a Eldorado Celulose deve ficar com os indonésios da Paper & Excellence. A empresa conseguiu ressuscitar o caso do hacker em uma investigação policial em Diadema, na grande São Paulo. Nela, o delegado resolveu indiciar Moema Ferrari, especialista em segurança da informação, por conta de uma nota fiscal dada para a empresa de Ferrari por um suposto hacker que teria invadido os e-mails da J&F. Ferrari também havia sido contratada pela Paper & Excellence, que, por sua vez, também diz que foi hackeada.
O indiciamento em si por conta de uma nota fiscal é apenas um passo pequeno, já que quem decide se o caso deve ser denunciado à Justiça é o Ministério Público. A mesma nota fiscal já tinha aparecido em outra investigação, em São Paulo, e o caso foi arquivado. Mas o indiciamento bota mais pressão sobre a juíza que analisa o caso da arbitragem na Justiça. A J&F tem dois principais argumentos: de que a parte contrária conhecia suas estratégias de defesa na arbitragem por conta do hackeamento e que um dos árbitros era parcial. O próprio caso do árbitro foi parar em uma delegacia do Rio.
Para a J&F, quanto mais se alonga o processo judicial, mais tempo fica com a Eldorado e maior a chance de emparedar ou entrar em acordo com a Paper. Os indonésios têm mais de 7 bilhões de reais, que serão usados para pagar a aquisição da Eldorado, parados por conta do imbróglio jurídico.