Petrobras já garantiu mais de R$ 239 bilhões com venda de ativos
No terceiro trimestre de 2021, a empresa captou R$ 1,7 bilhão com desinvestimentos; mais da metade dos ativos concedidos foram em refino

Com intuito de reestruturar a empresa, tida como um antro de corrupção em governos passados, a Petrobras tem se desfeito de alguns ativos tidos como não-estratégicos. Entre janeiro de 2015 e outubro de 2021, a petrolífera amealhou 239,9 bilhões de reais. Os dados são do “Privatômetro”, acompanhamento realizado pelo Observatório Social da Petrobras (OSP), e foram atualizados nesta semana, após a companhia divulgar, em 28 de outubro, seu balanço financeiro referente ao terceiro trimestre deste ano. Os números consideram ainda a variação na taxa de câmbio e a inflação acumulada do período.
No terceiro trimestre de 2021, a atual direção da Petrobras desinvestiu de mais quatro ativos, faturando 1,73 bilhão de reais. A principal negociação do período foi a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus, no Amazonas, para o grupo Atem, por 1,06 bilhão de reais. Também foi vendida a totalidade da participação acionária de 93,7% da estatal na empresa Breitener Energética, no Amazonas, para uma subsidiária da Ceiba Energy LP, por 328 milhões de reais. Os outros dois negócios incluíram a cessão da participação de 10% da estatal no Campo de Lapa, no pré-sal da Bacia de Santos, para a Total Energies, por 282 milhões de reais, e a venda da fatia de 40% da companhia na empresa GásLocal para a White Martins, por 59 milhões de reais. Na distribuição do percentual por país, segundo o Privatômetro, 80% dos ativos vendidos no trimestre foram adquiridos por empresas brasileiras, 16% por francesas e uma fatia menor, de apenas 3%, por americanas.
Em termos setoriais, 61% dos ativos negociados pela empresa no terceiro trimestre foram no segmento de refino, 22% em distribuição e revenda e 17% em exploração e produção. Desde 2015, os setores com mais ativos negociados foram os de exploração e produção (38%), transporte (30%), distribuição e revenda (23%), com a cessão da BR Distribuidora como um dos ativos mais valiosos negociados pela estatal até agora, e refino (6%), respectivamente.