O que os analistas acharam da primeira semana do Nubank na NYSE?
VEJA Mercado: contexto volátil de IPO e cenário macroeconômico tiveram efeito no papel, mas valorização foi superior a 10% no período

Passada a euforia com o IPO do Nubank, que chegou a disparar 30% nos primeiros minutos de negociação na estreia na NYSE, a bolsa de valores de Nova Iorque, os analistas colocaram os pés no chão e fizeram as contas. No acumulado dos sete dias, a valorização foi de 10% frente ao preço-base. De fato, a performance da companhia após uma semana da listagem surpreendeu, sobretudo pelo contexto macroeconômico de aceleração do tapering que deve provocar uma elevação dos juros americanos já no primeiro trimestre de 2022 e afetar as operações das empresas ligadas à tecnologia, como o Nubank. “Alguns gestores tinham uma lógica conservadora pelo valuation inicial ser maior que os de Itaú e Bradesco, mas o papel largou com ótima rentabilidade. É natural apresentar volatilidade nesse início, muitos investidores que lucraram nos primeiros dias já colocaram dinheiro no bolso, mas, para um contexto macro de pressão nos pares do Nubank, foi uma boa semana de estreia”, avalia Thiago Lobão, fundador e CEO da Catarina Capital.
O Nubank largou a 9 dólares o preço da ação na quinta-feira passada, 9, e fechou a 9,97 dólares hoje, uma semana depois. “Os preços parecem ter se acomodado agora no final. Ainda é cedo para dizer se esse patamar é sustentável, mas certamente continua bastante acima de outras empresas do setor financeiro na América Latina. Na ausência de novas informações, é improvável que mude muita coisa no curto prazo. Vai mudar somente com os resultados do quarto trimestre e o início da cobertura por parte dos analistas americanos”, diz Carlos Macedo, analista da Ohmresearch. No fim das contas, o Nubank não só manteve o posto de banco mais valioso da América Latina como viu seu valor de mercado subir 10% em uma semana um tanto quanto complicada no contexto macro americano.
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