O presente de Natal nada amigável de Trump aos imigrantes
A partir do dia 24 de dezembro, viajantes terão de dar 15 mil dólares em garantia para entrar nos EUA. O Brasil escapou da lista negra do republicano
A partir desta quinta-feira, 24, viajantes de 24 países, entre eles Afeganistão, Angola e Irã, terão de deixar um cheque caução de 15 mil dólares para conseguir um visto para entrar nos Estados Unidos e o valor só será devolvido quando a pessoa confirmar que está de volta ao seu país. De acordo com o Departamento de Estado do país, o programa piloto tem duração de seis meses e o objetivo é evitar o overstay, quando o viajante fica além do tempo determinado pelos vistos B1, de negócios, e B2, de turismo.
Apesar da justificativa, quando comparados os países cujos pagamentos de taxa foram exigidos com os que mais tiveram cidadãos que permaneceram irregularmente no país em 2019, a lista não bate. O Brasil, por exemplo, que não está na lista, teve 3.177 pessoas no país além do tempo de permanência permitido, ou 5,08%, enquanto Angola, que pertence à lista, teve 137 pessoas, ou 8,73%.
“São países de maioria negra, pobre e muçulmana. Ficou nítido que a intenção não foi que as pessoas não ficassem em overstay, mas um preconceito da administração Trump”, diz Daniel de Toledo, advogado especialista em Direito internacional. Quando o democrata Joe Biden assumir a presidência dos Estados Unidos, no entanto, provavelmente essa medida será revogada.
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