IPO de empresa brasileira de educação é investigado nos Estados Unidos
Vasta, do grupo Cogna, é acusada por advogados de ter omitido informações que frustrariam investidores
Ao menos dois escritórios de advocacia estão iniciando uma investigação contra a Vasta, importante empresa de sistemas de educação básica, pertencente à holding Cogna. A Vasta fez seu IPO em 31 de julho deste ano na Nasdaq e, pouco menos de um mês depois, em 20 de agosto, publicou um balanço referente ao segundo trimestre que deprimiu os investidores — prejuízo e queda de 13% nas receitas em comparação ao ano anterior. Segundo os escritórios de Johnson Fistel e de Frank Cruz, que estão representando os acionistas frustrados, a empresa omitiu informações importantes que iludiram os investidores.
Desde o IPO, realizado ao preço de 19 dólares por ação, os papéis da Vasta despencaram 31,6%. Este tipo de investigação é algo corriqueiro nos Estados Unidos. Escritórios especializados vasculham o mercado financeiro em busca de oportunidades para levantar uma “class action” (ação coletiva) contra empresas listadas em bolsa. A Petrobras, no algo da Operação Lava Jato, foi alvo e precisou pagar quase 3 bilhões de dólares em um acordo com o Departamento de Justiça (DoJ, na sigla em inglês) e a Comissão de Segurança e Câmbio (SEC, na sigla em inglês), a CVM americana.
Atualização 19h50 — A assessoria de comunicação da Vasta enviou uma nota ao Radar Econômico. Leia abaixo, na íntegra.
A Vasta esclarece que cumpriu com todos os procedimentos necessários e ofereceu todas as informações requeridas pela legislação vigente no âmbito da sua oferta inicial de ações (IPO), inclusive aquelas referentes aos resultados esperados para o primeiro semestre de 2020. A administração entende que o preço das ações está sujeito a oscilações originadas pelas condições de mercado. A Vasta reforça seu total compromisso de transparência com seus clientes e investidores. Durante o processo recente de IPO, a Vasta foi assessorada por quatro escritórios de advocacia de renome mundial e auditada por firma de auditoria independente internacional, validando a solidez de todo o processo.
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