Investidor teme ‘déjà vu’ com Bolsonaro e bolsa cai
VEJA Mercado: índice Ibovespa cede 0,93% nesta sexta-feira e dólar sobe 0,76%
VEJA Mercado | Fechamento | 10 de setembro.
Déjà vu. Os analistas dizem já ter visto esse filme antes. Bolsonaro ameaça, pede desculpas e, depois, volta ao ataque de novo. Após a euforia no pregão de ontem pela Carta à Nação divulgada pelo presidente, o investidor sentou, pensou melhor e decidiu esperar mais um pouco antes de tomar risco novamente. A cautela é pela instabilidade política e institucional que assombra o país há meses. “O mercado não quer pagar para ver. Vamos tomar risco? Não, vamos segurar um pouco e ver se o acordo será mantido. Se, na próxima semana, o cenário ainda se mostrar positivo, os investidores podem voltar a comprar. Importante lembrar que não é a primeira vez que a paz é sinalizada”, diz Flávio Aragão, sócio da 051 Capital. O Ibovespa fechou em queda de 0,93%, a 114.285 pontos, enquanto o dólar subiu 0,76%, a 5,26 reais.
As quedas foram puxadas pelo varejo. Mesmo com o crescimento de 1,2% nas vendas em julho reportado pelo IBGE, o setor de móveis e eletrodomésticos recuou 1,4% no período. Magazine Luiza e Via são as mais atingidas pelo número e caíram 8,86% e 5,05%, respectivamente. “Essas empresas ainda sofrem com os fatores macroeconômicos, como inflação elevada e juros mais altos”, analisa Scott Hodgson, gestor da Galapagos Capital. No lado das altas, destaque para Méliuz, que avançou 8,41%, e para os frigoríficos, como Minerva, BRF e Marfrig, que subiram 6,10%, 3,03% e 2,45%, respectivamente.