Inflação para os menos favorecidos deve fechar ano acima da meta
Projeções para índices oficiais de inflação dispararam nos últimos dois meses
Publicado há pouco, o 5º Relatório Bimestral de Receitas e Despesas do Ministério da Economia faz algumas atualizações de projeções da equipe econômica. Entre elas estão as previsões de dois índices oficiais de inflação, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A diferença entre eles é que o IPCA mede a inflação para consumidores que ganhem entre 1 e 40 salários mínimos, enquanto que o segundo aufere o aumento de preços para consumidores que ganham entre 1 e 5 salários mínimos. Ou seja, o INPC abarca a inflação para consumidores menos favorecidos e que, na prática, representa a maioria avassaladora da população.
A projeção da equipe econômica é de que o INPC termine o ano com uma alta de 4,10%, acima da meta de inflação, que é de 4%. Contudo, ainda está dentro da faixa de tolerância, que é de 1,5 ponto percentual. A atualização também mostra uma aceleração grande dos preços desse grupo. No relatório do 4º bimestre, a previsão era de que o INPC terminasse o ano em 2,35%, uma inflação quase 43% menor.
O IPCA também sofreu uma grande alta na atualização. Saiu de 1,83% para 3,13%, um acréscimo de 71%. Ou seja, em dois meses, deteriorou muito a projeção para a inflação. É um sinal de alerta.
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