Indefinição dos precatórios e da Selic faz bolsa andar de lado
VEJA Mercado: incertezas sobre o pacote de infraestrutura de Biden, nos EUA, também mexem com os mercados
VEJA Mercado | Fechamento | 27 de outubro.
O Ibovespa chegou a negociar em alta de quase 2% ao longo do dia, mas devolveu os ganhos na parte da tarde em função das quedas mais acentuadas nas bolsas internacionais e por novos empecilhos na votação da PEC dos precatórios na Câmara dos Deputados. O índice fechou em leve queda de 0,05%, a 106.363 pontos. Nos Estados Unidos, embora as bolsas estejam nas máximas históricas, há algum grau de preocupação para o pacote trilionário de infraestrutura do presidente Joe Biden. “Tivemos uma queda no índice de confiança dos empresários por lá, que se somou à possibilidade do pacote de infraestrutura ser cortado pela metade. Importante lembrar que os democratas discutem ainda um imposto para os bilionários que custearia esse projeto. Essas incertezas afetaram um pouco o humor do investidor lá fora”, diz Ricardo Campos, CEO da Reach Capital. Dow Jones e S&P 500 perderam 0,75% e 0,5%, respectivamente.
No cenário doméstico, a preocupação do mercado se concentra nos precatórios e na Selic. A bancada do MDB decidiu no final da tarde que irá obstruir a PEC que permitiria o governo pagar os 400 reais do Auxílio Brasil e, com isso, cresceu o temor de que a votação seja novamente adiada pela Câmara. No campo da Selic, depois de algum tempo, não há um consenso entre os economistas sobre o resultado da reunião do Copom de logo mais, embora a maioria acredite numa elevação de 1,5 ponto percentual da taxa de juros. De toda forma, tudo indica que, seja 1,25 ou 1,5 ponto percentual, este será o maior aumento na Selic desde 2002.
Quem mais perdeu durante a sessão foram as ações de setores ligados a commodities, como minério e petróleo, que recuaram mais de 2% no dia. Petrorio e Vale fecharam em quedas de 7% e 2,1%, respectivamente. No lado das altas, as maiores do dia foram de setores como shoppings e construção. Multiplan e Eztec subiram 4,8% e 4,6%, respectivamente. O dólar ficou estável, a 5,572 reais.