Atraso na vacina custará R$ 131 bi ao país, dizem banqueiros e economistas
Em carta aberta, mais de 500 banqueiros, economistas e empresários pedem coordenação nacional em apoio a medidas restritivas
Banqueiros e economistas do calibre de Pedro Moreira Salles e Armínio Fraga fizeram circular neste domingo, 21, uma carta aberta cobrando medidas efetivas de combate à pandemia. Mesmo sem citar o presidente Jair Bolsonaro uma única vez, ficam explícitas as críticas ao governo. A começar pela crítica de que claramente houve falta de prioridade na vacinação. Na longa carta, eles fazem uma conta: “o atraso na vacinação irá custar em termos de produto ou renda não gerada nada menos do que estimados R$ 131,4 bilhões em 2021, supondo uma recuperação retardatária em 2 trimestres”.
Eles também fazem um alerta de que o quadro atual da pandemia da Covid-19, com quase 3 mil mortos por dia, vai se deteriorar se não houver uma coordenação nacional que apoie governadores e prefeitos nas medidas restritivas de mobilidade. E defendem que a controvérsia em torno dos impactos econômicos do distanciamento social é um falso dilema entre salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável. “Na realidade, dados preliminares de óbitos e desempenho econômico sugerem que os países com pior desempenho econômico tiveram mais óbitos de Covid-19,” diz a carta. “A recuperação econômica, por sua vez, é lenta e depende da retomada de confiança e maior previsibilidade da situação de saúde no país.”
Mais de 500 economistas, empresários e banqueiros haviam assinado a carta até o fim da tarde de domingo. O movimento começou em um grupo de WhatsApp de economistas e deve ser enviada nesta segunda-feira ao Ministério da Economia, Supremo e Congresso Nacional.