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Maílson da Nóbrega

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Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história

Não é ruim a elevação do endividamento das famílias

O endividamento permite antecipar o usufruto de bens de consumo e o acesso à casa própria, contribuindo ainda para estimular a atividade econômica

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 10 jul 2019, 15h49 - Publicado em 10 jul 2019, 15h10

Parte da imprensa atribuiu caráter negativo à elevação do endividamento das famílias, que atingiu 64% delas no mês de junho. Na verdade, não é ruim que isso tenha acontecido. Negativo é constatar que 36% das famílias brasileiras, a maioria provavelmente de segmentos de menor renda, não possa tomar crédito.

O acesso ao crédito aumentou nas últimas duas décadas, em consequência de fatores como o fim do processo hiperinflacionário – que corroía a renda real dos trabalhadores – a elevação real do salário mínimo e de outros rendimentos dos trabalhadores, o advento do crédito consignado, a redução da taxa de juros e o apetite dos bancos e das redes de cartão de crédito em oferecer oportunidades de endividamento às famílias.

O endividamento das pessoas físicas permite a antecipação do usufruto de bens de consumo, particularmente dos duráveis como eletroeletrônicos e automóveis. Assegura o financiamento de viagens e hospedagem no país e no exterior, permitindo que mais brasileiros possam tirar férias em regiões distintas de ondem moram, inclusive fora do país. De quebra, contribui ainda para a expansão da atividade econômica.

A função mais nobre do crédito às famílias é aquela que permite o acesso à casa própria, que se tornou normal e estável nos últimos anos depois do fracasso do Banco Nacional de Habitação e da destruição do crédito imobiliário por causa da inflação e de medidas populistas no último período dos governos militares. Elas provocaram imenso rombo no sistema de financiamento habitacional, só recentemente resolvido.

Claro, existem os casos de famílias que se endividam além de sua capacidade de pagar os empréstimos que contraem. Em grande parte, isso decorre de baixa educação financeira e de imprevistos como doenças e desemprego prolongado.

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Esses casos não podem ofuscar um dado positivo, qual seja o de que mais famílias têm acesso a financiamento bancário e compram em lojas que vendem a prazo, bem como ao uso de cartões de crédito. Estardalhaços com viés negativo na divulgação desse endividamento, atribuindo-lhe caráter negativo, não ajudam.

 

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