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União Europeia e China aderem a coalizão liderada pelo Brasil para integrar mercados de carbono

Brasil busca liderar integração global dos mercados de carbono, em iniciativa que une grandes emissores e promete dar escala à descarbonização mundial

Por Ernesto Neves Atualizado em 7 nov 2025, 19h51 - Publicado em 7 nov 2025, 19h21

A União Europeia e a China decidiram se unir ao Brasil em uma nova coalizão internacional voltada à integração dos mercados de carbono, uma das principais propostas que o governo brasileiro leva à COP30, em Belém.

O grupo também conta com Reino Unido, Canadá, Chile, Armênia e Zâmbia e deve ser formalmente lançado nesta sexta-feira (7), segundo uma fonte com conhecimento das negociações.

A iniciativa pretende criar um fórum permanente de cooperação entre países que já operam ou planejam implementar sistemas de precificação de carbono.

A ideia é harmonizar práticas, aumentar a transparência e estimular o comércio internacional de créditos de emissão, etapa considerada essencial para dar escala à descarbonização da economia global.

Atualmente, existem mais de 40 tributos sobre carbono e 35 sistemas de comércio de emissões em vigor no mundo, cada um com regras próprias.

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O Brasil acredita que a integração entre esses mecanismos pode ser um dos principais legados da COP30, ao facilitar transações, reduzir custos e ampliar o impacto climático das compensações.

Os mercados de carbono funcionam de forma semelhante a bolsas de valores: empresas que emitem menos gases de efeito estufa do que o limite permitido podem vender seus créditos excedentes para aquelas que ultrapassam o teto.

Ao criar um preço para a poluição, o sistema incentiva o investimento em tecnologias limpas e penaliza práticas mais emissoras.

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Segundo fontes ligadas às negociações, outros países poderão aderir à coalizão nas próximas semanas.

A proposta é que o grupo atue como um “clube climático” dedicado a estabelecer padrões mínimos de integridade e rastreabilidade dos créditos, evitando a proliferação de mercados paralelos e de baixa credibilidade.

A formação da aliança ocorre em meio a um avanço global no debate sobre mercados de carbono transnacionais. Em 2023, a ONU aprovou as regras do Artigo 6 do Acordo de Paris, que permite o comércio internacional de créditos.

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O Brasil tenta agora assumir a liderança nesse processo, posicionando-se como articulador entre países desenvolvidos e emergentes e como destino estratégico para investimentos verdes.

A coalizão deve lançar, até o fim da COP30, um plano de trabalho conjunto com metas para uniformizar métricas de medição, verificação e reporte de créditos, além de mecanismos de governança e auditoria.

A proposta da COP30 de criar uma coalizão para integração de mercados de carbono representa, politicamente, um passo estratégico para o Brasil se reposicionar como interlocutor global no clima, ao mesmo tempo em que desafia o atual protagonismo da European Union no desenho das regras climáticas.

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Economicamente, a iniciativa pretende aumentar a liquidez e previsibilidade dos créditos de carbono, abrindo caminho para investimentos mais substanciais em tecnologias de baixa emissão e na restauração florestal, e também para a imposição de ajustes sobre importações mais intensivas em carbono, o que pode afetar cadeias produtivas internacionais.

Contudo, o sucesso dependerá da qualidade dos créditos, da capacidade de monitoramento e verificação, e da participação voluntária de grandes emissores, sem os quais o mecanismo pode virar “mais uma troca de papéis do que empenho real de transformação”, como alertam especialistas.

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