‘Tecnologia financeira acelera acesso ao crédito e transforma decisões no campo’, diz Nadege Saad
Nadege apresentou como o E-agro usa inteligência artificial e dados para democratizar crédito e reduzir custos
VEJA promoveu nesta segunda-feira, 24, a primeira edição do Fórum Agro, na Casa Fasano, em São Paulo, reunindo especialistas, líderes empresariais e representantes do setor financeiro para discutir os desafios e inovações que moldam o futuro do agronegócio brasileiro. Entre os destaques, o painel Como a tecnologia financeira está revolucionando o campo brasileiro trouxe a participação de Nadege Saad, head da plataforma E-agro, do Bradesco, que apresentou como a digitalização tem transformado o acesso ao crédito e a eficiência das operações rurais.
Com mais de 15 anos dedicados ao agronegócio, Nadege contou como a plataforma E-agro nasceu dentro do Bradesco com a missão de democratizar o crédito para produtores de todos os portes, especialmente os pequenos e médios, que tradicionalmente enfrentam mais dificuldades no planejamento financeiro e no relacionamento bancário. Desenvolvida em parceria com a IBM, a ferramenta utiliza inteligência artificial para reduzir custos operacionais, aprimorar a análise de risco e oferecer linhas de crédito mais adequadas ao perfil de cada produtor.
Ao destacar que o Bradesco possui hoje uma carteira agrícola superior a 135 bilhões de reais, Nadege explicou que o E-agro cresceu rapidamente, alcançando 5,6 bilhões de carteira em menos de três anos. A plataforma opera com quatro tipos de linhas, recursos livres, Pronaf e Pronamp, e vem permitindo uma hiperpersonalização do atendimento ao agricultor. “Hoje conseguimos liberar crédito em poucas horas, dependendo do tipo de garantia”, contou, mencionando casos em que produtores antes enfrentavam longos deslocamentos apenas para cumprir exigências burocráticas.
Para além do crédito, o E-agro também funciona como um marketplace de máquinas, insumos e serviços, ampliando a competitividade e transparência na compra de equipamentos agrícolas. De acordo com dados apresentados por Nadege, a digitalização já influencia fortemente o comportamento do produtor: muitos iniciam suas compras no ambiente online em busca de preços, condições e linhas de financiamento, mesmo que a negociação final ocorra presencialmente. “A tecnologia não desintermedia a cadeia, ela empodera todos os atores: produtores, distribuidores, traders e indústria”, destacou.
A executiva também chamou atenção para o avanço das ferramentas de dados e o impacto que elas têm tanto na gestão das propriedades quanto na avaliação de risco pelos bancos. Com a integração das informações de crédito, compras e comportamento financeiro, a plataforma ajuda o produtor a planejar melhor suas decisões e dá ao banco mais segurança na concessão, reduzindo inadimplência e tornando o crédito mais barato.
O próximo passo, segundo ela, é integrar tecnologias de IA generativa aos mecanismos de busca, permitindo, por exemplo, que o produtor solicite uma plantadeira ou um financiamento por comando de voz e receba automaticamente as melhores combinações de preço, máquina e linha de crédito disponível. “Estamos caminhando para um modelo em que a experiência será quase instantânea, mais transparente e muito mais vantajosa para o agricultor”, afirmou.
Ao finalizar, Nadege destacou que a digitalização do agro não depende de um único agente, mas sim de um ecossistema robusto, envolvendo bancos, indústrias, distribuidoras e startups. A tendência, segundo ela, é de expansão rápida. Os produtores estão cada vez mais propensos a realizar compras e contratar crédito pelo digital, e a tecnologia já se mostra essencial para sustentar a competitividade do campo brasileiro nos próximos anos.
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