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Lula cobra ação e justiça climática nos 10 anos do Acordo de Paris

Presidente encerra Cúpula dos Líderes pedindo que a COP30 seja 'a COP da verdade'; evento destacou impasses sobre financiamento e metas de emissões

Por Ernesto Neves Atualizado em 7 nov 2025, 17h41 - Publicado em 7 nov 2025, 17h36

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou nesta sexta-feira (7) o segundo e último dia da Cúpula dos Líderes pelo Clima, em Belém, com um discurso centrado na implementação do Acordo de Paris, que completa dez anos. Diante de dezenas de chefes de Estado, Lula afirmou que “o mundo ainda está distante de atingir o objetivo do Acordo de Paris” e defendeu que a COP30, marcada para o próximo ano na capital paraense, seja “a COP da verdade”.

Ao revisitar a trajetória do pacto climático firmado em 2015, o presidente disse que os países precisam ser honestos sobre o ritmo dos avanços. “O que nos cabe perguntar hoje é: estamos realmente fazendo o melhor possível? A resposta é: ainda não”, afirmou.

Lula destacou que, apesar de 100 países já terem apresentado novas metas climáticas (NDCs), o planeta ainda caminha para um aquecimento de 2,5°C, bem acima do limite de 1,5°C fixado no acordo. “Belém será o lugar onde renovaremos nosso compromisso com o Acordo de Paris”, declarou, acrescentando que o Brasil pretende propor medidas para “preencher a lacuna entre a retórica e a realidade”.

O presidente também voltou a cobrar justiça climática e financiamento para os países do Sul Global. “Não faz sentido ético ou prático demandar que países em desenvolvimento paguem juros para combater o aquecimento global”, disse, classificando o atual sistema de crédito internacional como “um financiamento reverso, fluindo do Sul para o Norte”.

Entre as propostas apresentadas, Lula defendeu a tributação de super-ricos e corporações multinacionais para gerar recursos para a ação climática, além da ampliação dos mercados regulados de carbono, “desde que com parâmetros comuns”. Ele lembrou ainda que a maior parte da riqueza mundial nas últimas décadas foi apropriada por poucos, enquanto a maioria da população permanece vulnerável. “É legítimo exigir dessas pessoas uma maior contribuição”, afirmou.

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O discurso também reforçou a defesa do multilateralismo e da cooperação internacional. “Não existe solução para o planeta fora do multilateralismo. A Terra é única. A humanidade é uma só. A resposta tem que vir de todos para todos”, disse Lula, ao propor a criação de um Conselho do Clima global, ideia que o Brasil já levou ao G20 e à ONU.

Balanço do primeiro dia

O primeiro dia da Cúpula dos Líderes, realizado na quinta-feira (6), foi marcado por apelos por mais ambição e financiamento climático, além da ausência de líderes de países como Índia e Rússia. O encontro reuniu 57 chefes de Estado e representantes de organismos multilaterais, entre eles o Banco Mundial e a Agência Internacional de Energia, e serviu como prévia da COP30.

Na ocasião, o foco das discussões foi a lacuna entre promessas e ações, especialmente na redução de emissões e no repasse de recursos para adaptação e mitigação. Especialistas alertaram que, sem novos compromissos concretos, o mundo deve continuar fora da trajetória para limitar o aquecimento global a 1,5°C.

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Com o encerramento da cúpula, as atenções agora se voltam para a COP30, que começa na segunda-feira (10), também em Belém, e deve ser o maior evento climático já realizado na América do Sul.

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