Em Belém, príncipe William planta árvore e defende proteção dos povos indígenas
Herdeiro britânico destaca papel dos povos indígenas na preservação da floresta e retoma legado ambiental do rei Charles III na Amazônia
Por Ernesto Neves
Atualizado em 7 nov 2025, 17h41 - Publicado em 7 nov 2025, 12h44
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O príncipe William, herdeiro do trono britânico, concluiu nesta sexta-feira (7) sua passagem por Belém com uma visita ao Museu Paraense Emílio Goeldi, no centro da capital. Acompanhado por assessores, ele chegou ao local por volta das 11h e permaneceu até 11h45, participando de conversas com representantes e lideranças indígenas.
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Na chegada ao museu, William foi recebido por indígenas e pela presidente da Funai, Joenia Wapichana. Juntos, seguiram até uma árvore da espécie samaúma de 129 anos, a mais antiga do parque. Ali, ouviu de Joenia sobre a conexão espiritual que diversos povos originários mantêm com essa espécie.
William ouve lideranças indígenas aos pés da samaúma, árvore mais antiga do Parque Goeldi, em Belém, nesta sexta-feira, 7 de novembro de 2025 (Ernesto Neves/VEJA)
A presidente da Funai, Joenia Wapichana, afirmou que o encontro com o príncipe William reforçou a importância do reconhecimento e da demarcação das terras indígenas no debate climático. Segundo ela, o herdeiro britânico destacou que o tema precisa estar incluído nas discussões da COP30 e demonstrou interesse em compreender melhor as expectativas das lideranças para o evento.
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Joenia explicou que o diálogo também abordou a relevância simbólica da samaúma — árvore considerada sagrada por diversos povos — e ressaltou o papel do Reino Unido e do Brasil no fortalecimento de parcerias voltadas à gestão territorial e à valorização dos conhecimentos tradicionais.
Depois da recepção, o príncipe se encontrou com cinco lideranças indígenas de diferentes biomas — Dinamam Tuxá, Angela Kaxuyana, Watakakalu Yawalapiti, Juma Xipaia e Toya Manchineri — que o presentearam com itens simbólicos, como leques, geleia e uma camiseta.
William abordou temas como justiça climática e proteção dos povos originários, agradeceu a contribuição das comunidades indígenas na conservação ambiental e quis saber de que forma poderia apoiá-las com mais eficácia.
William e Joyce Santos, coordenadora do Museu Goeldi, após o príncipe plantar um cedro branco no local (Ernesto Neves/VEJA)
Durante o encontro com Juma Xipaia, ambientalista e liderança do povo Xipaia, de Altamira, no sudeste do Pará, William perguntou de que forma poderia contribuir de maneira mais efetiva com as causas indígenas.
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Juma respondeu que o apoio internacional é essencial para pressionar o Brasil a cumprir o que está previsto na Constituição — especialmente no que diz respeito à demarcação de terras.
Ela ressaltou que o país precisa de recursos e respaldo político para avançar na pauta e ouviu do príncipe a promessa de seguir apoiando os povos originários e levando o tema à discussão durante a COP30.
“Falamos para ele como os povos indígenas estão sendo afetados pelas mudanças climáticas na Amazônia. Ele ouviu com atenção e afirmou que vai se engajar mais na nossa luta”, disse Juma.
Ao lado de representantes do museu, encerrou a visita plantando um cedro-branco, espécie ameaçada de extinção.
Joyce Santos, diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi, explicou ao príncipe William a tradição de visitantes ilustres participarem do plantio de espécies nativas no parque — uma forma simbólica de manter viva a coleção botânica da instituição e repor exemplares ameaçados. No caso do herdeiro britânico, a escolha foi o cedro-branco, árvore em risco de extinção na Amazônia e na Mata Atlântica.
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William planta exemplar de cedro-branco, espécie nativa ameaçada de extinção (Ernesto Neves/VEJA)
Segundo Joyce, as sementes da muda plantada por William serão enviadas a outros centros de pesquisa, ampliando o alcance do projeto de conservação. Ela lembrou ainda que o pai do príncipe, o rei Charles III, visitou o Pará em 2009 e investiu em iniciativas científicas na região, como a Estação de Pesquisa da Floresta Nacional de Caxiuanã, construída com apoio britânico.
Para Joyce, ações como essa ajudam a fortalecer corredores ecológicos e demonstram que restaurar e reflorestar a Amazônia é uma das formas mais eficazes — e econômicas — de manter a floresta viva.
Criada em 1866, essa é a instituição científica mais antiga da Amazônia brasileira. Atualmente, dedica-se à pesquisa dos ecossistemas da região, atuando em cooperação com outros centros de ponta do exterior. Localizado em área nobre de Belém, ele abriga mais de 3 000 espécies.
William posa ao lado de Joenia Wapichana, Dinamam Tuxá, Angela Kaxuyana, Watakakalu Yawalapiti, Juma Xipaia e Toya Manchineri (Ernesto Neves/VEJA)
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