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Implante devolve consciência a paciente após 15 anos em coma

É a primeira vez que um paciente em coma por tantos anos, com danos cerebrais graves, responde a estímulos. O homem conseguiu mover a cabeça e os olhos

Por Da Redação
28 set 2017, 17h48

Depois de passar 15 anos em estado vegetativo, resultado de um acidente de trânsito que lhe causou graves danos cerebrais, um homem de 35 anos mostrou sinais de consciência após receber estímulos elétricos no sistema nervoso. Em cerca de um mês, o homem conseguiu mover lentamente a cabeça quando solicitado e seguir objetos com os olhos.

A surpreendente reação, publicada no periódico científico Current Biology, desafia um conceito amplamente aceito pela comunidade científica, segundo o qual não há esperanças de que um paciente retome a consciência após 12 meses em coma.

A terapia – chamada estimulação do nervo vago, que conecta o cérebro à maior parte dos órgãos vitais – consiste em um pequeno dispositivo, que é implantado na região do tórax do paciente, capaz de monitorar e estimular movimentos e sensações. A cirurgia de inserção dura cerca de 20 minutos.

Resultados surpreendentes

Em um mês de monitoramento, os médicos observaram mudanças significativas na atividade cerebral, principalmente aquelas associadas aos movimentos, sensações e consciência. Além do movimento dos olhos e da cabeça, o paciente demonstrou surpresa em ver o rosto da médica que o examinava e conseguiu manter-se acordado enquanto liam um livro para ele.

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“Ele ainda está paralisado. Não consegue falar, mas pode responder. Agora ele tem consciência do que o cerca”, disse Angela Sirigu, líder da equipe de pesquisa do Instituto de Ciências Cognitivas Marc Jeannerod, em Lyon, na França.

Esse tipo de estimulação já tem sido utilizado para ajudar em quadros de epilepsia e depressão. Mas essa é a primeira vez que a técnica mostrou resultados em um paciente em estado vegetativo. Agora, o próximo passo da pesquisa é testar o estímulo em pacientes com danos menos profundos.

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Estado vegetativo

Uma pessoa em estado vegetativo, apesar de conseguir acordar e abrir os olhos, não consegue responder ou mostrar sinais de consciência e emoção. É considerado contínuo quando o estado ocorre por mais de um mês e permanente quando persiste por mais de seis meses em casos de lesão cerebral não traumática e por mais de um ano com lesões traumáticas.

“Muitos médicos acreditam que pacientes em estado vegetativo são incapazes de retomar a consciência, que estão apenas esperando para morrer. Isso não é verdade, ainda existe uma possibilidade”, disse Steven Laureys, da Universidade de Liege, na Bélgica, que não teve envolvimento no estudo. “A estimulação do nervo vago pode ser um novo tratamento em potencial.”

Segundo Niels Birbaumer, especialista em ferramentas inteligentes que ajudam pacientes com problemas neurológicos a se comunicarem da Universidade de Tübingen, na Alemanha, o caso levanta algumas questões éticas. “A eutanásia passiva acontece com frequência. Esse estudo é um aviso para todos aqueles que acreditam que acham que pessoas em coma não podem mais voltar”, disse ao jornal britânico The Guardian.

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