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Qual é o limite da corrida?

Editorial publicado nesta semana indicou que atividades físicas muito intensas nem sempre são sinônimos de saúde e longevidade

Por Da Redação
30 nov 2012, 10h30

É falsa a ideia de que apenas os exercícios mais intensos e feitos por mais tempo, como correr muito rápido e longas distâncias, fazem bem para a saúde. Esse tipo de atividade física é, sem dúvida, benéfico, mas isso não quer dizer que as pessoas estejam autorizadas a praticá-la em uma quantidade ilimitada e exagerada. De acordo com cardiologistas americanos, exercícios vigorosos devem ser feitos de 30 a 50 minutos ao dia. Se esse limite for excedido, eles afirmam, a atividade passará a fazer mais mal do que bem ao coração.

Essas foram algumas das conclusões que James O’Keefe, da Universidade de Missouri, na cidade de Kansas, Estados Unidos, e Carl Lavie, do Instituto Cardíaco e Vascular John Ochsner, relataram em um editorial publicado nesta quinta-feira no periódico Heart, do grupo British Medical Journal (BMJ). De acordo com os médicos, o excesso de exercícios muito intensos pode causar um desgaste no coração, provocando alterações estruturais que prejudicam a função cardíaca. “Esse excesso, a longo prazo, não necessariamente leva à morte, mas anula os benefícios cardiovasculares e o aumento da longevidade que podem ser obtidos se uma atividade física for praticada em intensidade moderada”, escreveram os autores no artigo.

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Nem todo mundo se beneficia da atividade física, diz estudo

Maratona – Apesar dessas conclusões, os cardiologistas não acreditam que as pessoas que costumam correr maratonas devam deixar esse hábito de lado. “Se alguém realmente deseja realizar maratonas ou uma competição de triatlo, por exemplo, é melhor fazer apenas uma ou então algumas poucas provas e, depois, seguir praticando atividades mais seguras”, escreveram. “Uma rotina de atividade física moderada vai acrescentar muitos anos à vida de alguém. Em contraste, correr muito e muito rápido pode aumentar a velocidade de progresso em direção à linha de chegada da vida.” “Curva em U” – Os especialistas chegaram a essas conclusões após levarem em consideração uma série de estudos que comprovam que os benefícios da corrida seguem a chamada “curva em U”. Ou seja, as duas extremidades da curva representam o sedentarismo e o excesso de atividade física intensa e mostram que ambos podem surtir o mesmo efeito – ou seja, não fazem bem ao coração. Por outro lado, a parte do meio da curva, que corresponde à prática moderada de atividade física, provoca o contrário, que é o efeito positivo sobre a saúde cardíaca. Para exemplificar a curva, os autores citaram um grande estudo apresentado em maio deste ano no encontro anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, na Irlanda. A pesquisa acompanhou 52.600 pessoas durante 30 anos e descobriu que os participantes que costumavam praticar corrida tinham um risco 19% menor de morrer nesse período do que aqueles que não realizavam essa atividade. No entanto, esse trabalho descobriu que os indivíduos que corriam entre 30 e 40 quilômetros por semana não apresentavam essa vantagem sobre aqueles que não corriam. E, por outro lado, os participantes que corriam de dez a 30 quilômetros por semana tinham um risco 25% menor de morte em 30 anos.

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