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Sem acordo, Vaticano revisa menção a gays em relatório

O papa Francisco disse que nos debates que, no sínodo, foi possível observar 'tensões e tentações', como as da rigidez hostil

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 21h48 - Publicado em 18 out 2014, 16h39

O Sínodo dos Bispos, convocado pelo papa Francisco para discutir temas relacionados à família, aprovou neste sábado relatório em que foi radicalmente revista a referência aos homossexuais. A opção pelo documento “equilibrado” se deu para levar em consideração as reservas dos prelados mais conservadores, anunciou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi. No início das reuniões, na segunda-feira, o Vaticano divulgou um documento no qual afirma que os “homossexuais têm dons e qualidades a oferecer para a comunidade cristã”. Já o documento final afirma que os gays “devem ser acolhidos com respeito e sensibilidade” e que a discriminação “deve ser evitada”.

A seção que trata dos homossexuais, e traz dois capítulos, foi intitulada “Atenção pastoral para com as pessoas com orientações homossexuais”. A versão anterior, de três parágrafos era chamada de “Boas-vindas aos homossexuais”. A versão anterior falava em “aceitar e valorizar orientações sexuais” e dar-lhes “uma casa acolhedora”. A versão final eliminou essas frases. A nova versão usa um termo mais vago, repetindo declarações anteriores da Igreja.

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A versão final sublinhou que “não há fundamento absoluto” para comparar o casamento homossexual ao casamento heterossexual, chamando o casamento heterossexual “plano de Deus para o matrimônio e a família”. Sobre a comunhão aos divorciados que voltaram a se casar, os participantes do sínodo decidiram aprofundar essa questão no futuro. Em discurso proferido aos participantes, o papa disse que seu papel como líder da Igreja Católica é o de “garantir a unidade”. Segundo Francisco, a Igreja “não olha para a humanidade de uma torre de cristal para julgar ou classificar as pessoas”.

O papa disse que nos debates foi possível observar ‘tensões e tentações’. Mencionou a tentação da ‘rigidez hostil’, que resumiu como a atitude “querer se fechar no que está escrito e não se deixar surpreender por Deus, pelo Deus das surpresas”. Francosco alertou para a ‘tentação’ imposta pelos que classificou como ‘tradicionalistas’ ou ‘medrosos’ e por aqueles que definiu como ‘denominados progressistas e liberais’.

O relatório analisa diversas questões relativas à família católica, incluindo a acolhida pela Igreja de pessoas em união estável, homossexuais e divorciados, como parte do processo de abertura desejado pelo papa Francisco e temido pelos conservadores. Ao todo, 183 religiosos participaram da votação de cada um dos 62 parágrafos. Para que fosse aprovado, cada capítulo deveria receber dois terços de votos favoráveis. Três não atingiram essa maioria. Tais pontos envolviam questões relativas à homossexualidade e ao acesso à comunhão para os divorciados que voltam a se casar, informou o Vaticano.

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“Em alguns pontos, não conseguimos considerar que há um consenso do sínodo. Mas isso não quer dizer que eles tenham sido totalmente rejeitados”, explicaram alguns religiosos. Os parágrafos em questão não foram retirados do texto final.

Toda a documentação, tanto os rascunhos quanto as correções, foi divulgada pelo Vaticano. “O papa pediu que fosse publicado tudo, com total transparência, o que mostra um alto grau de maturidade”, disse Manuel Dorantes, um dos porta-vozes. O texto será divulgado em todas as dioceses do mundo, juntamente com um questionário, e servirá de base para o próximo sínodo, programado para outubro de 2015. “Temos um ano para amadurecer”, afirmou o papa, que elogiou o vigor dos debates. “Se não tivesse havido discussões acaloradas, teria ficado preocupado”, comentou, diante dos bispos.

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(Com agências Reuters, EFE e AFP)

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