Assim como shoppings, escolas precisam de padrão de qualidade
Que tal viver num município em que todas as instituições oferecem a mesma e positiva impressão que temos ao visitar nosso shopping center preferido?
Ensino de qualidade
Este artigo faz parte de uma série publicada quinzenalmente em VEJA.com sobre os desafios do ensino fundamental no Brasil – e as estratégias para superá-los.
Os textos são de autoria do Instituto Alfa Beto, que promove o Prêmio Prefeito Nota 10, iniciativa que vai identificar e recompensar o município brasileiro que mantém a melhor rede de ensino. A premiação será realizada no segundo semestre.
Prêmio Prefeito Nota 10 Instituto Alfa Beto
Todos temos a experiência de visitar shopping centers. Há mais semelhanças do que diferenças: muitas lojas são as mesmas, a disposição dos espaços é bastante semelhante. Sabemos o que esperar, o que encontrar nas diferentes lojas, o tipo de atendimento que receberemos. Isso não ocorre por acaso: há padrões de qualidade e de serviços que são seguidos por todos. É isso justamente o que falta nas escolas públicas.
Leia outros artigos da série:
Escola de qualidade e rede de ensino de qualidade
Qualidade na educação: o DNA das escolas
Uma coisa é ter uma escola de excelência. Isso é fácil de fazer. Nem é preciso uma secretaria de educação para isso. Na verdade, a maioria das escolas de excelência no Brasil operam à margem ou à revelia das orientações das secretarias: por isso, são exceção.
Criar redes de ensino significa ser capaz de transformar a exceção em regra. Em outras palavras: criar regras que permitam que todas as escolas de uma rede sejam escolas de boa qualidade.
Há dois tipos de padrão a serem criados. O primeiro é o mais fácil – mas essencial: são os recursos. Cabe à secretaria definir regras, normas, padrões e recursos necessários e suficientes para que cada escola possa funcionar de forma adequada. Isso inclui programas de ensino, mecanismos para escolher diretores, professores, estágio probatório, calendário e regimento escolar, carreiras, incentivos, mecanismos de supervisão etc. Criadas as normas, cabe assegurar que sejam implementadas pelos diretores. Isso significa implantar sistemas eficazes de gestão.
O segundo padrão é relativo a resultados: numa rede de ensino de qualidade, a maioria dos alunos atinge os padrões mínimos de desempenho estabelecidos pela secretaria. E esses padrões devem ser progressivamente elevados. Para conseguir isso é necessário estabelecer sistemas rigorosos de avaliação e dar meios para as escolas proporcionarem atenção especial aos alunos que apresentam maior dificuldade.
Parece simples, mas não é. Nos próximos artigos desta série vamos aprofundar esses temas. Por enquanto, sugiro a seguinte reflexão: que tal viver num município em que todas escolas dão a mesma e positiva impressão que temos ao visitar nosso shopping center preferido?