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Tratado de cooperação econômica deverá ser única definição da visita de Obama

Redução de subsídios agrícolas e aumento das exportações de petróleo são temas complexos, cujas soluções ficarão para o longo prazo

Por Ana Clara Costa
18 mar 2011, 07h28

Acordos menores, como a liberação das tarifas aéreas para companhias estrangeiras, também devem ser assinados durante o encontro

Entre os diversos temas econômicos que circundam a visita ao Brasil do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a elaboração de um tratado de cooperação entre ambos os países deve ser o único ponto a ser oficializado. A previsão é da Câmara Americana de Comércio (Amcham-Brasil) e da US Chamber, órgão que promove as relações comerciais dos EUA com o resto do mundo.

O Tratado de Cooperação Econômica e Comercial (Teca, na sigla em inglês) vem sendo discutido entre os dois países desde 2009, quatro anos após o encerramento das conversas sobre a entrada do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Segundo Gabriel Rico, CEO da Amcham, a expectativa é que haja oficialização do tratado na manhã de sábado, quando ocorrerá a reunião de cúpula entre Brasil e EUA. “Há uma propensão a que se chegue a um acordo porque se trata de um tema que depende estritamente do poder executivo, ou seja, dos dois governos, sem influência de nenhum congresso”, afirma Rico.

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As apostas na assinatura do Teca ocorrem porque todos os outros pontos relevantes da visita – como o aumento das exportações de petróleo para os EUA ou a diminuição dos subsídios agrícolas, sobretudo para o etanol – não podem ser equacionados com uma simples ‘canetada’. A expansão das vendas da commodity está claramente ligada a intensas e demoradas negociações com a Petrobras para definição de um contrato de compra interessante a ambos os países. Já a queda de subsídios à agricultura é uma das questões mais antigas a atravancar o comércio bilateral e que só poderá ser resolvida com a aprovação do Congresso americano – que, atualmente, tem maioria republicana, que faz oposição ao presidente Obama.

Outra questão que será discutida é a troca de informações tributárias para evitar a dupla tributação de produtos. Na avaliação de Diego Bonomo, diretor de políticas comerciais para o Brasil da US Chamber, este assunto encontra-se, entretanto, em etapa inicial. “Há questões menores, como as mudanças na política de distribuição de vistos, ou a liberação das tarifas aéreas para companhias estrangeiras, que também têm chances de ter resolução neste fim de semana”, afirma Bonomo.

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Tratado não implica abertura imediata – Caso venha a ser oficializado, o Teca não significa uma evolução automática nas relações comerciais – e sim uma forma de coordenar acordos já existentes e estabelecer uma agenda para que outros sejam firmados ao longo do ano. Estados Unidos e Brasil possuem cerca de 25 diálogos bilaterais correndo em paralelo em dezenas de órgãos governamentais. “O tratado é um procedimento que formaliza que os dois países vão se encontrar com regularidade e assinar acordos bilaterais. Não significa uma mudança radical nas relações comerciais”, explica Rico, da Amcham.

O pragmatismo em relação às resoluções deste sábado é compartilhado pelo meio empresarial. Marcos de Oliveira, presidente da Ford Brasil, acredita que a visita de Obama ao Brasil representa o início de negociações que se estenderão nos próximos anos. “É um primeiro passo para um fortalecimento que só deve beneficiar as empresas dos dois países. É um grande passo, que deverá ser sucedido por vários outros”, afirma.

Almeida estará entre os mais de 400 empresários que se reunirão no CEO Fórum neste sábado – e que terá um discurso de Obama. O evento contará com um grupo de 20 executivos (de companhias brasileiras e americanas) que liderarão os debates sobre os temas mais dolorosos para a indústria hoje – com destaque para a falta de competitividade dos produtos nacionais agravada pela depreciação do dólar.

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O evento será precedido por uma reunião de cúpula que ocorrerá durante a manhã em Brasília e que contará com a participação de ministros brasileiros e secretários americanos – entre eles, Timothy Geithner, que dirige o poderoso Tesouro dos Estados Unidos. Nessa reunião, haverá também a presença de empresários americanos que virão na comitiva de Obama, com destaque para executivos da Boeing, fabricante dos caças F-18 e que participa da licitação para fornecer as aeronaves à Força Aérea Brasileira (FAB). As discussões envolvendo os caças, no entanto, deverão ficar em segundo plano.

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