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Dois anos após venda do COC, SEB volta ao topo

Chaim Zaher vendeu a rede de ensino para a inglesa Pearson por 600 milhões de reais - e ficou apenas com as escolas físicas. Hoje, seu negócio já fatura mais do que antes da venda

Por Da Redação
1 out 2012, 12h41

O burburinho tomou conta dos corredores do grupo SEB na semana do dia 22 de julho de 2010, quando Chaim Zaher vendeu para os ingleses da Pearson, por 600 milhões de reais, seu negócio mais rentável – as marcas de ensino COC, Dom Bosco, Pueri Domus e Name – e fechou o capital do grupo. Os gringos levaram a editora, o material didático e todo o sistema que vinha no pacote, desde o desenvolvimento das apostilas até o treinamento dos professores. Zaher ficou apenas com as escolas físicas. E, entre seus funcionários, ninguém colocou fé que o empresário – com dinheiro para sustentar cinco gerações, como ele mesmo disse – voltaria para a rotina escolar.

A boataria foi desfeita logo nos primeiros dias. Zaher reuniu 600 funcionários no auditório da faculdade, em Ribeirão Preto, onde fica a sede da empresa, e começou seu discurso com uma frase que ele achava simpática e que, um dia, pretendia usar: �Back to the game�. �Dizem que essa é a origem da sigla BTG�, explicou, referindo-se ao banco de investimentos de André Esteves. Passados dois anos da afirmação, Chaim Zaher está mesmo de volta ao jogo.

Com faturamento de 500 milhões de reais e lucro operacional de 100 milhões de reais, o SEB já é maior do que era antes das marcas de material didático serem vendidas para a Pearson, uma das maiores companhias de educação do mundo, dona do Financial Times e da revista The Economist. Nos últimos dois anos, o empresário investiu cerca de 40% do dinheiro que recebeu dos ingleses nas escolas de ensino básico, faculdades e nos polos de ensino a distância que ficaram com ele. Comprou um cursinho em Belo Horizonte, onde também acabou de inaugurar uma escola bilíngue; ampliou o colégio de Salvador e adquiriu um prédio para abrir mais uma unidade em Curitiba. O próximo passo é expandir o colégio para o Rio de Janeiro e Recife.

Os 150 polos de ensino a distância espalhados pelo país também ganharam mais alunos, atraídos pelos tablets que passaram a ser oferecidos gratuitamente aos estudantes na hora da matrícula. Há dois meses, Zaher comprou a Escola Paulista de Direito e o cursinho jurídico Marcato – ambos com potencial para crescer no ensino a distância.

Formado em Direito e Pedagogia, o dono do SEB começou a empreender no setor seguindo os rastros de um dos maiores empresários da educação do país, João Carlos Di Gênio, dono da Unip e do Objetivo. Para se tornar um dos franqueados da rede de pré-vestibulares, na década de 70, Zaher fez de tudo. Depois de semanas tentando marcar uma reunião com o responsável pelo Objetivo de Araçatuba, ele dormiu no banheiro da escola para, no dia seguinte, abordar o diretor sem que ele tivesse para onde correr.

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A noite mal dormida no banheiro rendeu a Zaher a administração de várias franquias do Objetivo no interior. Mais tarde, em 1986, quando Di Gênio decidiu tomar de volta a administração do cursinho de Ribeirão Preto, Zaher abandonou a parceria e comprou de um grupo de estudantes de medicina o pré-vestibular Curso Oswaldo Cruz. Em suas mãos, o COC virou uma potência.

Em 2010, quando o SEB vendeu seus sistemas de ensino e fechou o capital da empresa, o mercado de educação privada no país estava em pleno processo de consolidação. O grupo Abril comprou o sistema de ensino Anglo. No ano seguinte, as redes Anhanguera, Kroton e Estácio de Sá fizeram as maiores aquisições da história do setor. No fim do ano passado, a Kroton comprou duas grandes instituições de ensino a distância e tem hoje mais de 400 mil alunos nessa modalidade (dez vezes mais que o SEB).

Com competidores tão poderosos, Chaim Zaher não descarta a possibilidade de voltar ao mercado de capitais daqui a dois anos. Mas por enquanto, quer continuar tocando a empresa sem o compromisso dos relatórios trimestrais e a cobrança de investidores ávidos por retorno.

(Com Agência Estado)

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