Desemprego volta a subir em 2013, aponta Pnad
Taxa de desocupação acelerou 0,4 ponto porcentual sobre 2012, e se aproximou do resultado verificado em 2011, de 6,7%
A taxa de desemprego subiu para 6,5% no Brasil em 2013, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quinta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No levantamento de 2012, os brasileiros em idade ativa e sem emprego representavam 6,1% do total. Em 2011, o indicador apontava desemprego de 6,7%. Diferente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que analisa apenas as seis principais regiões metropolitanas do país, a Pnad mostra a desocupação em todo o território nacional. A taxa de des engloba apenas os brasileiros que estão desempregados, porém, em busca de emprego.
Entre as regiões, o Sul foi a única que apresentou recuo na taxa de desocupação: passou de 4,2% para 4%. Na outra ponta, o maior avanço porcentual foi visto no Norte, de onde a taxa avançou de 6,3% para 7,3%. A maior alta, no entanto, foi verificada no Nordeste (8%). Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, os índices foram de 6,6% e 5,7%, respectivamente.
Em relação às faixas etárias, a Pnad mostrou uma continuidade do padrão registrado em 2012: quanto menor a idade, maior o desemprego. Este fenômeno pode ser explicado pelo fato de que há um menor número de idosos que buscam emprego, já que muitos estão aposentados, ou simplesmente não querem ou não estão em condições de trabalhar. Em relação a 2012, houve aumento da desocupação em todas as faixas etárias pesquisadas –
Contingente – A quantidade de pessoas desocupadas alcançou 6,7 milhões em 2013, o que representa um acréscimo de 450 mil pessoas em relação a 2012. Do total de desocupados, a maioria era mulher (56,9%), com idade entre 18 e 24 anos (32,6%), negra (60,6%) e sem ensino médio completo (50,8%), quadro similar ao de 2012.
População ocupada – Já as pessoas ocupadas, ou seja, aquelas que trabalham, totalizaram 95,9 milhões em 2013, o que representa um leve crescimento de 0,6% sobre 2012. O fato de o indicador ter subido mostra a entrada de mais brasileiros no mercado de trabalho e o aumento do criação de vagas – porém, em quantidade insuficiente para suprir os novos indivíduos em idade ativa.
Trabalho infantil
Em 2013, havia 3,1 milhões de trabalhadores de 5 a 17 anos idade. Deste total, verificou-se 486 mil pessoas (15,5% do total) em situação de trabalho infantil (crianças de 5 a 13 anos), sendo 58 mil na faixa de 5 a 9 anos e 428 mil na faixa de 10 a 13 anos. Nas regiões Norte e Nordeste, essas proporções chegavam a 24,9% e 21,4%, respectivamente. Tanto entre crianças quanto adolescentes, os homens eram a maioria dos ocupados.
A Pnad mostra ainda que quase metade, ou 46%, da população ocupada estava empregada no setor de serviços, o mesmo movimento visto nos anos anteriores. Em seguida estão os setores de comércio e reparação (17,9%), indústria (13,5%), atividades agrícolas (13,4%) e construção (9,2%). Vale destacar que, no caso do setor industrial, houve queda de 3,5% no contingente de trabalhadores ocupados, o que representa 470 mil pessoas a menos.
O rendimento médio mensal de todos os trabalhos em 2013 foi estimado em 1.681 reais, alta de 5,7% em relação aos 1.590 reais apurados em 2012. Ainda conforme a Pnad, em termos proporcionais, as mulheres receberam, em média, 73,7% do rendimento de trabalho dos homens: eles com 1.890 reais mensais e elas com 1.392 reais.