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Desemprego deve registrar leve alta em 2011

A razão será a diminuição do ritmo de contratação na indústria, que sofrerá os efeitos de um aperto monetário, além da concorrência de importados

Por Derick Almeida
25 nov 2010, 18h47

O Santander projeta uma taxa de desemprego anualizada de 7,1% para 2011, ante uma média de 6,79% neste ano

A taxa de desemprego deve voltar a crescer em 2011, em contraste com a performance verificada neste ano, em que foram contabilizados os menores patamares da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo os economistas ouvidos pelo site de VEJA, a elevação prevista será discreta. A razão será a perda do ímpeto nas contratações pela indústria em função da desaceleração da atividade econômica e o efeito da forte concorrência dos importados na indústria.

Nesta quinta-feira, o IBGE divulgou que o desemprego na População Economicamente Ativa (PEA) – o número de pessoas em idade produtiva que o mercado dispõe para contratar – ficou em 6,1%, o menor índice da série histórica, iniciada em 2002. A taxa vem caindo consistentemente desde maio (quando era de 7,5%). Para Luiza Rodrigues, do Departamento de Pesquisa do Banco Santander, este mês e dezembro mostrarão novos recuos, para 6,0% e 5,6%, respectivamente. O bom desempenho, explica a economista, mostra que a ocupação vem crescendo em ritmo superior ao da própria PEA. O próximo ano, contudo, trará mudanças.

“A taxa de desemprego deverá subir em função do próprio desaquecimento da economia, provocado pelas pressões inflacionárias e pelo consequente aumento dos juros por parte do Banco Central”, afirmou a analista. Diante deste cenário, o Santander projeta uma taxa de desemprego anualizada de 7,1% para 2011, ante uma média de 6,79% neste ano.

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Fábio Romão, economista da LCA Consultores, comenta que o setor industrial será especialmente afetado por um eventual aperto monetário, devido dos efeitos do encarecimento do crédito no consumo e nos custos de capital; além de continuar a ser bastante prejudicado pelas importações crescentes. Tudo isso num ambiente que os empresários não poderão contar com o ‘empurrãozinho’ de um salário mínimo que vinha crescendo bem acima da inflação. Este valor de referência terá um dos piores ganhos reais dos últimos anos, segundo ele. Conseqüentemente, a massa salarial também deve desacelerar. De acordo com a equipe de economia do Santander, o índice sairá de uma alta de 9% em 2010 para 5% em 2011.

Os economistas são unânimes em afirmar que a piora no setor industrial é importante para entender as mudanças no mercado de trabalho. “Uma indústria saudável paga bons salários e puxa a confiança do consumidor. O setor de serviços, imerso nesta dinâmica, responde a isso”, explicou Romão.

Felizmente, o segmento de serviços – que é o grande alicerce da geração de empregos no país – não responde, de imediato, a um arrefecimento da indústria. Além disso, contará com outro sustentáculo que não permitirá a desaceleração do ritmo de contratações: a construção civil. “Com a chegada da copa do mundo e das olimpíadas, veremos um crescimento forte neste setor, ainda que temporário”, ponderou Luiza Rodrigues.

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