O pacote de 85 bilhões de euros que a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) desenharam para salvar a Irlanda do colapso econômico deve ser anunciado no próximo domingo. O acordo deve, então, ser aprovado por meio de uma teleconferência de ministros das Finanças da UE.
No momento, a maior preocupação das autoridades europeias é a possibilidade do problema irlandês se espalhar para outros países da região com grandes déficits no orçamento, como Espanha e Portugal. Nações europeias querem que a Irlanda eleve o imposto de 12,5% sobre as empresas como parte de um acordo. Dublin resiste, argumentando que o imposto baixo é crucial para atrair o investimento estrangeiro. Os governos de Portugal e Espanha negaram que precisem de resgates financeiros similares.
Os irlandeses relutam em aceitar a ajuda. Isso porque, há exatos 90 anos, o país conseguiu sua independência da Grã-Bretanha, depois de anos de mortes e atentados sangrentos de ambas as partes. A verdade é que o país teme perder sua soberania financeira, mesmo que a ajuda venha apenas dos países da zona do euro. O que se sabe é que, ao aceitar o pacote, os irlandeses terão que cumprir uma série de exigências, como aumento de impostos e a fiscalização constante do FMI.
Dos 85 bilhões de euros que seriam destinados à Irlanda, cerca de 35 bilhões seriam dedicados ao setor financeiro e 50 bilhões apoiariam as necessidades fiscais do governo. “Algo em torno de 20 bilhões será a parcela do FMI”, disse uma das fontes ligadas às negociações.
(Com agência Reuters)