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Sha Zukang: “Nosso trabalho é fazer com que todos sejam iguais, não felizes”

Secretário-geral da Rio+20 critica a falta de ação dos países para a elaboração de um documento mais ambicioso e critica a ONU: “As pessoas da ONU de Nova York falam muito e em Genebra trabalham muito”, disse

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2016, 14h48 - Publicado em 22 jun 2012, 17h43

“As pessoas da ONU de Nova York falam muito e em Genebra trabalham muito”, disse Sha Zukang, que se prepara para se aposentar da diplomacia

O secretário-geral da ONU para a Rio+20, Sha Zukang, resolveu abrir o verbo nesta sexta-feira. Em ritmo de fim de conferência e prestes a deixar as Nações Unidas após 43 anos de dedicação, ele fez um discurso que não poupou a ONU nem os países que têm criticado o documento final: “Esse é um resultado no qual ninguém está feliz, mas o nosso trabalho é fazer com que todos sejam iguais, não felizes”, disse. “Se vocês estão igualmente infelizes, ficam felizes. Isso (o documento final da Rio+20) é produto de um compromisso. O resultado pode ser tão bom quanto os estados membros quiserem”, afirmou Sha Zukang, referindo-se indiretamente à falta de empenho de alguns países que, apesar de reclamarem da ausência de metas no documento, nada fizeram- em especial os desenvolvidos que, por causa da crise econômica, foram contra medidas de implementação das ações.

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Sha Zukang foi enfático ao dizer que é necessário agir, e não só falar. Ele citou o exemplo de Copenhagen, onde ocorreu a conferência sobre clima, para mostrar que de nada adianta os encontros se, depois, não forem feitas ações efetivas. “O trabalho árduo começa agora. Prometer é fácil. Um dos últimos compromissos foi o de Copenhagen. Vocês sabem quais são? Por que não estão implementado? Ninguém os forçou (os países) a fazer acordo, foi voluntário. Vocês (os países) não estão honrando os compromissos”, disse.

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Zukang, de aparência tranquila, mostrou nesta sexta que nem sempre a diplomacia é o norte de sua fala. “As pessoas da ONU de Nova York falam muito e em Genebra trabalham muito”, disse. À mesa estava Brice Lalonde, o diretor- executivo da Rio+20 que trabalha na ONU de Nova York. “Vou deixar as Nações Unidas daqui a pouco, posso falar o que eu quero”, avisou.

“Há uma diferença entre compromisso e a boa intenção: a responsabilidade. Espero que as promessas (da Rio+20) sejam mantidas e espero ouvir muitas histórias de sucesso quando voltar a Pequim”, disse. O representante da ONU para a Rio+20, em balanço sobre a conferência, afirmou que, para fazer a diferença, são necessárias iniciativas que possam levar à implementação do que foi falado nas plenárias.

O secretário-geral ressaltou como medida relevante para transformar os discursos e debates da Rio+20 em ação a doação de 513 bilhões de dólares. Nesta sexta, ele anunciou que o encontro no Riocentro rendeu 692 compromissos voluntários registrados. “Os compromissos voluntários são parte do legado da conferência. Eles trazem atores voluntários que têm o mesmo fim: o desenvolvimento sustentável”, disse. Fazem parte desse compromisso ONGs, major groups, estados membros, agências da ONU e empresas. “Não podemos esquecer das ações voluntárias. Foram registradas também muitas ações individuais”, afirmou Sha Sukang.

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Desses 513 bilhões, 175 bilhões serão destinados ao transporte sustentável. Os oito maiores bancos multilaterais de desenvolvimento do mundo já haviam anunciado na quarta-feira o compromisso voluntário de fazer o investimento nos próximos 10 anos.

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